“Através das redes sociais e da internet, há pessoas que disponibilizam o seu leite para outras mães que procuram o leite. Há estudos da academia americana, recomendações da Associação Europeia de Bancos de Leite Humano (…) que demonstram que as pessoas correm um enorme risco ao entrarem por essa via", alertou o especialista, que falava à agência Lusa a propósito do Dia Mundial de Doação de Leite Humano, que se assinala no sábado.

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"É o equivalente a responder a uma proposta de sexo não seguro pela internet”, acrescentou.

O risco de contágio de doenças

“As pessoas podem receber leite de uma mãe VIH positiva, de uma mãe toxicodependente que vai vender leite que devia ser para o próprio bebé ou que até nem devia ser dado ao bebé”, afirmou.

Além do desconhecimento da existência doenças que podem ser transmitidas aos bebés através do leite, Israel Macedo alerta também para “condições nada controladas” na conservação do leite que fazem “crescer bactérias”.

“É um leite perigosíssimo e isso infelizmente estendeu-se à Europa e a Portugal. (…) É extremamente perigoso porque a pessoa está a receber um leite que não sabe de onde vem. É uma lotaria, pode vir contaminado com bactérias intestinais, com bactérias de todo o tipo de feitio, vírus. É uma lotaria, uma perfeita lotaria”, advertiu.

Banco de leite chega ao Porto

A região do Porto está a “trabalhar arduamente” para reunir condições para abrir um Banco de Leite Humano até ao final do ano e, em Lisboa, o serviço vai passar a cobrir mais quatro hospitais, segundo um especialista.

O pediatra disse à ainda que a necessidade de um banco de leite no Porto é “clara” e que já “estão na fase de arranjar meios financeiros”.