De acordo com um estudo realizado para o Conselho Nacional de Educação (CNE), com base no relatório dos testes PISA 2015 da OCDE, apenas 1,5% dos estudantes de 15 anos - a maioria dos quais com desempenhos abaixo da média - admitem ser professores no futuro.

A notícia é revelada hoje pelo Diário de Notícias. A situação é ainda mais grave ao analisarem-se as tabelas e perceber-se que até 2032 dois terços dos professores vão reformar-se.

Esta tendência de apenas 1,5% de estudantes estarem interessados em seguir o percurso dos seus professores foi um dos indicadores que surpreenderam pela negativa os autores do estudo "Porque melhoraram os resultados do PISA em Portugal", que será apresentado hoje, na Universidade do Algarve, no âmbito do Mês da Educação e da Ciência que está a ser promovido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, escreve o referido jornal.

Apesar dos alunos portugueses terem uma imagem positiva dos seus professores, poucos têm interesse em seguir as suas pisadas e os que têm são, na maioria, estudantes mais fracos.

Nos testes PISA, que têm por referência o valor médio de 500 pontos, os alunos portugueses que admitem vir a ser professores não vão além dos 450 pontos a Matemática, quando a média nacional à disciplina rondou os 490.

"Na Finlândia também só há 3% de alunos que querem ser professores. Mas lá a média destes alunos é de 570. São os melhores: a média deles foi 510/511 pontos", explica Isabel Flores, uma das investigadoras ao Diário de Notícias.