O Dia Europeu das Línguas foi estabelecido pela Comissão Europeia e pelo Conselho da Europa em 2001, o Ano Europeu das Línguas, e desde então comemora-se anualmente a 26 de setembro.

Todos os anos, a iniciativa conta com a participação de diversos institutos culturais e linguísticos, associações, universidades e, em especial, escolas. Um pouco por toda a Europa é definido um calendário de atividades para celebrar o dia. Portugal incluído.

Um dos objetivos do Dia Europeu das Línguas é sensibilizar o público para a grande variedade de línguas existentes na Europa, promover a diversidade cultural e linguística e incentivar pessoas de todas as idades a aprender línguas.

Jobim Convié, filho de mãe portuguesa e pai belga, tem 17 anos, frequenta o 12º ano e quer seguir Engenharia no futuro. Desde pequenino que fala português e francês em casa. E admite que ser bilingue é uma vantagem incontestável. “Permite desenvolver mais a nossa capacidade de fala, e como a língua é o suporte da mente acho que quem fala mais línguas consegue exprimir-se melhor”.

De acordo com um estudo de 2013 apresentado durante um encontro sobre Bilinguismo e Neurociência Cognitiva na Universidade Pompeu Fabra (UPF) de Barcelona, as pessoas bilingues desde pequenas utilizam mais áreas cerebrais e têm uma maior capacidade cognitiva.

Jobim também fala inglês, um pouco de holandês (que aprendeu nos 6 anos de escola belga) e alemão. “Na maioria dos casos, aprender uma língua implica perceber a cultura dos países onde esta é falada, e para mim isso também é importante, porque permite-nos perceber melhor o mundo em que vivemos”.

Para Vera Moedas, 16 anos, estudante do 11º ano, filha de pai português e mãe francesa, “as vantagens de ser bilingue são as de que podemos nos exprimir fluentemente em duas línguas diferentes e isso faz-nos ter uma mente mais aberta, porque a nossa infância e vida está a ser constantemente partilhada por duas culturas distintas”.

Hannah Jayes tem 11 anos, é filha de pai britânico e mãe portuguesa, e desde pequena que está habituada a rapidamente mudar do inglês para o português, e vice-versa. “Eu falo uma língua diferente com cada um dos meus pais. Com a minha mãe falo português e com o meu pai, inglês”. E este ligar/desligar de uma língua para a outra não lhe faz confusão nenhuma. Aliás, afirma mesmo “sinto-me confortável em falar as duas línguas”.

Na opinião da Hannah ser bilingue é “ter uma compreensão imediata das duas línguas sem ter tido de passar pela escola para as aprender. Posso ver televisão e filmes em inglês, sem necessidade de tradução. Quando quero falar em inglês, não tenho de traduzir o que quero dizer na minha cabeça antes de falar!”.

Além das vantagens a nível pessoal e cultural, o Dia Europeu das Línguas também chama a atenção para o facto de que a aprendizagem de várias línguas facilita a procura de emprego. E neste campo, Jobim tem uma visão muito clara quanto ao seu futuro. “É óbvio que falar várias línguas é uma vantagem enorme para arranjar emprego. Eu, pessoalmente, gostaria de ter um emprego que me permitisse viajar, e por isso as línguas só me podem ajudar”.

Hannah, que gostava de um dia ser atriz, afirma com toda a convicção: “acho que tenho uma grande vantagem, porque eu gostava de ser atriz e o facto de falar inglês dá-me a possibilidade de trabalhar em Inglaterra ou nos Estados Unidos, onde há mais trabalhos nesta área”.

Todos estes jovens além das línguas que falam desde pequenos, estão a aprender outras na escola. Hannah começou este ano a aprender alemão e Vera está a aprender espanhol.

Como Jobim diz, “Falar várias línguas só pode ser bom, não é como se ocupasse mais espaço na nossa cabeça”.