“O ministério não recua nas suas intenções e nós no próximo ano poderíamos ter apenas três turmas financiadas, que eram as turmas de conclusão de ciclo”, duas do 9.º ano e uma do 12.º ano, explicou.
Segundo José Augusto, “é impensável, quer em termos financeiros, quer pedagógicos”, o externato funcionar com apenas três turmas.
“Acabámos por decidir, em acordo com os professores e com os pais dos alunos, que era preferível encerrarmos do que estarmos a proporcionar um ensino sem a qualidade de outros anos”, frisou.
Neste ano letivo, o Externato D. Afonso Henriques - fundado em 1963 e que foi até 1978 o único estabelecimento de ensino do concelho de Resende, no distrito de Viseu – tinha sete turmas, com 185 alunos.
“Nunca tivemos alunos sem contratos de associação, até porque esta é uma zona muito carenciada e não temos condições para isso”, referiu o responsável, acrescentando que, por esse motivo, o externato não poderia ficar apenas com o ensino privado.
O externato tem dez professores em exclusividade (e outros em regime de acumulação), que “já estão a tentar enveredar pelo ensino público”, e dez funcionários, relativamente aos quais “a câmara disse que está a fazer esforços no sentido de ver se poderão integrar outras escolas, o que não é fácil”, indicou.
A quase totalidade dos alunos foi transferida para o agrupamento de escolas de Resende.
“Para já, foram cerca de 130 alunos para outras escolas e ainda temos alguns que estão em conclusão de exames nacionais”, explicou o responsável.
José Augusto lamentou que se ponha assim fim a uma história com mais de meio século ao serviço do ensino, num externato que “nunca teve falta de alunos para preencher as turmas que eram atribuídas (duas turmas por ano)”.
“Este ano já só tínhamos 8.º, 11.º e 12.º anos, porque no ano passado já não nos tinham atribuído as turmas de início de ciclo, embora nós tivéssemos alunos candidatos. Agora foi a machadada final”, acrescentou.
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