É o primeiro estudo a provar a influência do relógio biológico da mãe na saúde futura do bebé. Uma experiência com ratos de laboratório divulgada pela revista Science &Vie, veio mostrar que o ritmo circadiano da mãe (período de 24 horas durante o qual se completam as atividades do ciclo biológico de qualquer ser vivo) estimula ou evita o desenvolvimento de certas doenças na vida adulta dos filhos.
Se já se tinha percebido que os cuidados maternos são determinantes na arquitetura cerebral da criança, mesmo que esta tenha sido adotada, prova-se agora que o relógio biológico do bebé tende a sincronizar-se com o da mãe, daí resultando consequências positivas ou negativas para a sua saúde.
Para chegar a estas conclusões a equipa do estudo citado pela Science & Vie usou dois grupos de ratinhos. Os primeiros, os chamados ratos hipertensos espontâneos, analisados há décadas para estudar doenças relacionadas com a hipertensão – entre elas o enfarte e o derrame cerebral – foram entregues a mães saudáveis; os segundos, de perfeita saúde, foram atribuídos a mães com hipertensão.
Os cientistas concluíram que os ratinhos hipertensos criados por mães adotivas passaram a apresentar um ritmo circadiano mais sincronizado. Além disso, já depois de adultos, não viram aumentar a sua frequência cardíaca como normalmente acontece com ratos hipertensos.
Relativamente aos recém-nascidos saudáveis criados por mães hipertensas, verificou-se que o seu ritmo circadiano mudou, para pior, embora tenha começado a normalizar na idade adulta.
Refira-se que metade das mulheres grávidas hipertensas, mesmo que medicadas, acabam por ser alvo de algum tipo de complicação no parto ou imediatamente depois.
Um estudo do Centro Hospitalar do Baixo Vouga, publicado pelo DN e que envolveu 139 grávidas hipertensas, mostrou que, apesar de sujeitas a um controlo permanente, 51,5% dessas mulheres teve algum problema no momento do nascimento do bebé ou logo a seguir ao parto.
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