As conclusões resultam de uma análise feita pela agência Lusa, com base em dados divulgados pelo Ministério da Educação que permitem acompanhar o percurso dos alunos que em 2017/2018 seguiram do 3.º ciclo para o ensino profissional.
Num universo de 31.550 estudantes, cerca de 3.700 não chegaram ao final do curso e acabaram por abandonar a escola antes do tempo.
O número representa 12% dos alunos que tinham entrado no ensino profissional três anos antes, mas regista também uma ligeira descida de 0,7 pontos percentuais em relação ao ano letivo anterior.
Apesar desses casos, num universo de 695 escolas, a maioria (67,5%) conseguiu que pelo menos metade dos seus alunos terminasse o curso no tempo esperado.
Em 154 estabelecimentos de ensino, a taxa de sucesso foi de, pelo menos, 80% dos seus alunos, e houve até duas em que o feito foi conseguido por todos os estudantes: a escola Pedro Álvares Cabral, em Belmonte, e a escola António Nobre, no Porto.
Em sentido contrário, houve três escolas em que nenhum dos alunos concluiu, naquele ano, o curso no tempo esperado.
Comparando, por outro lado, com a média nacional das escolas cujos alunos tinham um perfil semelhante ao ingressarem no profissional, em termos de idade e de apoios, em mais de metade foram superadas, ou pelo menos igualadas, as expectativas.
Houve, no entanto, 239 escolas que ficaram abaixo da média nacional.
As bases de dados permitem ainda identificar as escolas que nos últimos três anos letivos estiveram sempre a melhorar as percentagens de alunos que conseguiram concluir os cursos no tempo esperado. Foram 223, enquanto em 42 o indicador piorou a cada ano letivo.
Através de um outro critério, introduzido no ano passado pelo Ministério da Educação, é igualmente possível fazer uma análise semelhante olhando para os alunos mais carenciados e em 2019/2020 houve um grupo de 124 escolas onde, pelo menos, metade terminou o curso em três anos e 90 que superaram a média nacional.
Neste caso, a média nacional é calculada tendo por base os alunos do país que, ao entrarem no ensino secundário profissional, tinham um perfil semelhante em termos de idade, apoios, habilitação da mãe e categoria da escola relativamente à percentagem de alunos com ação social escolar.
Essa comparação permite aferir o nível de “equidade” nas escolas, e a esse nível destaca-se o agrupamento de escolas Coimbra Oeste, que conseguiu que que 91% dos seus alunos com ação social escolar concluíssem o curso profissional nos três anos.
A nível nacional, foram apenas 55% os alunos com percursos semelhantes que conseguiram um feito semelhante.
No que toca a garantir o sucesso académico dos alunos carenciados, seguem-se no topo deste ‘ranking’ escolas de Fernão do Pó, Bombarral, e Coelho e Castro, em Santa Maria da Feira, onde quase nove em cada dez estudantes carenciados fizeram o secundário em três anos, fixando-se 30 e 28 pontos percentuais acima da média, respetivamente.
À semelhança dos anos anteriores, os cursos de Ciências Informáticas continuam a ser os mais populares, com mais de 15 mil estudantes, seguindo-se os de Hotelaria e restauração (cerca de 12 mil alunos), Áudiovisuais e Produção dos média, Desporto, e Turismo e lazer, estes três com mais de 10 mil inscritos em 2019/2020.
Por outro lado, os cursos ligados à Arquitetura e Urbanismo eram os menos aliciantes, com apenas 15 alunos), à semelhança das áreas do Artesanato (27 alunos) e Floricultura e jardinagem (33 alunos).
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