Em declarações à agência Lusa, Francisca Moura, representante da associação de estudantes, afirmou que os alunos têm feito vários "esforços" para expor os "problemas" das instalações à direção e à reitoria da Universidade do Porto, mas que, até ao momento, "não houve qualquer resultado visível".
"Os alunos estão há mais de um ano submetidos a infiltrações nos espaços de trabalho", disse.
De acordo com Francisca Moura, neste momento são "várias as salas sem extração de ar", mas os "espaços mais críticos continuam a ser" o pavilhão de escultura, local onde os alunos trabalham o mármore, e o pavilhão de pintura, de onde "cai água do teto".
"O mais crítico é o pavilhão de pedra, que é mais um barraco, onde os alunos trabalham o mármore. Fazem-no sobretudo no inverno e o pavilhão é completamente aberto. Estão cerca de 30 alunos a trabalhar com rebarbadoras e o chão, onde passam triplas, está alagado de água", afirmou, adiantando que no pavilhão de pintura, "os alunos tiveram de criar uma espécie de funil gigante para desviar a água" e proteger os seus materiais.
Segundo Francisca Moura, no ano passado decorreu uma "reunião geral" na qual foi apresentado o projeto de reabilitação dos edifícios à comunidade escolar, sendo que nessa reunião ficou assegurado que durante o período de obras as "aulas seriam transferidas para módulos colocados num terreno anexo à faculdade".
"Na reunião alguns professores mostraram um certo descontentamento face a algumas questões do projeto e por não terem sido contactados no que toca a decisões técnicas. O mesmo com os alunos, que não foram de forma alguma consultados e são quem mais sofre com estas alterações", salientou, afirmando que desse descontentamento dos estudantes resultou uma "carta aberta".
"Ficou combinada uma outra reunião onde estivessem tantos alunos como professores e dirigentes para decidir a distribuição dos espaços. Até agora, não fomos contactados relativamente ao assunto e a direção parece estar esquecida de tal. O projeto seria para iniciar agora em janeiro, mas não são visíveis, para já, quaisquer indícios", garantiu.
A Lusa contactou a direção da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP), mas até ao momento não obteve nenhuma resposta.
Há cerca de um ano, numa entrevista à agência Lusa a propósito da tomada de posse enquanto diretora da FBAUP, Lúcia Almeida Matos adiantava esperar "que as obras de reabilitação de um dos edifícios" ficasse "resolvida" em 2019, apesar de não acreditar que "a expansão de terrenos anexos à FBAUP" fique concluída durante o seu mandato.
"Há que definir o que é que queremos para aqueles edifícios e isso vai ser demorado. Tem de ser muito discutido, negociado, temos que estabelecer prioridades. Vai ser um processo que vai demorar e uma vez fechado isso, o chamado programa para aqueles espaços, então lançar concursos para arquitetura, etc. O que queria neste mandato era tornar o processo irreversível”, afirmou Lúcia Almeida Matos.
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