Saldanha, Benfica, Alvalade, Olivais e Parque das Nações são alguns dos bairros lisboetas onde muitas escolas começaram o dia com aulas, mas entretanto optaram por encerrar.

“A escola secundária de Camões, no Saldanha, deu aulas ao primeiro tempo e depois mandou todos para casa”, contou à Lusa o pai de um aluno daquela escola.

A história repete-se um pouco por toda a cidade. Há casos em que a chuva entrou dentro dos edifícios, outros em que os funcionários não conseguiram chegar às escolas devido às condicionantes do trânsito provocadas pelo mau tempo e outros ainda em que as direções estão a optar por fechar por questões de segurança.

No bairro de Benfica, várias escolas foram encerrando as portas ao longo da manhã, segundo relatos feitos à Lusa por encarregados de educação.

A Secundária José Gomes Ferreira, do agrupamento de escolas de Benfica, começou por abrir, mas “por volta das “09:00 já estava encerrada”, contou à Lusa a mãe de uma aluna.

Também os alunos da Pedro de Santarém, do mesmo agrupamento, foram mandados para casa, depois de os blocos B e C terem ficado inundados.

Ainda no bairro de Benfica, as escolas Quinta de Marrocos e Básica Salvado Sampaio também estão sem aulas, ao contrário da Escola Básica Jorge Barradas, que às 10:00 permanecia aberta, contou à Lusa o pai de um aluno.

No bairro de Alvalade, a escola Teixeira de Pascoais também está fechada, tendo sido dito aos encarregos de educação que entrou água na escola durante a noite.

O agrupamento de escolas Filipa de Lencastre também fechou as portas e há casos em que as escolas estão a chamar os pais para irem buscar os alunos “por considerarem que não existem condições”, como aconteceu hoje de manhã na Escola Parque das Nações, contou à Lusa a mãe de uma criança.

A escola Secundária Eça de Queiroz, nos Olivais, também optou por fechar e mandar todos para casa, assim como a Escola Secundária António Damásio, ali perto, está encerrada. Às 10:30, a Escola Virgílio Ferreira, em Telheiras, permanecia aberta.

Em Oeiras, o presidente da autarquia mandou encerrar todas as escolas “tendo em vista a segurança e integridade física dos munícipes e das crianças de Oeiras” e “seguindo a recomendação da Proteção Civil Municipal”.

Em Loures também há várias escolas encerradas, segundo informações do gabinete da autarquia, que referiu os casos dos agrupamentos José Afonso, Camarate, Maria Keil e João Villaret.

Também há colégios encerrados, como o Jardim Infantil Pestalozzi ou o Colégio do Bom Sucesso. Já o Colégio Manuel Bernardes está a informar que a escola irá fechar à tarde e os encarregados de educação dos alunos do Colégio S. José, no Restelo, estão a ser contactados para irem buscar os alunos.

O Conservatório de Música, que fica na zona de Belém, também está fechado, assim como a Escola de Jazz Luiz Villas-Boas, que fica ali perto.

Na Portela, a Escola Secundária da Portela, conhecida por Arco Irís, “está a funcionar a meio gás”, contou à Lusa a mãe de uma aluna que explicou que às 10:00 algumas turmas continuavam a ter aulas enquanto outras tinham regressado para casa.

Hoje de manhã, a Escola Almeida Garrett, em Alfragide, Amadora, permanecia aberta, com alunos a brincar no recreio, não havendo qualquer sinal de inundações, revelou um vizinho da escola em declarações à Lusa.

Ao mau tempo e dificuldades dos funcionários em conseguirem chegar às escolas, soma-se a greve de professores convocada pelo Sindicato de Todos os Professores (S.TO.P.).

Em Odivelas, por exemplo, no agrupamento de escolas 2/3 António Gedeão está a registar-se hoje uma paralisação quase total de docentes.

Questionado pela Lusa, o Ministério da Educação disse hoje de manhã que cabia a cada estabelecimento de ensino avaliar se tinha condições para se manter aberto.

A Proteção Civil nacional apelou hoje aos cidadãos para restringirem ao máximo as deslocações por causa do mau tempo, que provocou na noite de hoje 275 ocorrências nos distritos de Lisboa e Setúbal e deverá manter-se até quarta-feira.

O comandante nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), André Fernandes, alertou para os fortes condicionamentos de trânsito nos acessos a Lisboa, com inundações e lençóis de água que tinham obrigado ao corte de dezenas de vias.