Em declarações aos jornalistas, Ana Luísa Alves, da direção deste estabelecimento de ensino, explicou que a escola não abriu “por falta de funcionários”, referindo que "dos 14 que deveriam estar a trabalhar, apenas quatro" compareceram ao serviço.

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“Temos alguns professores em greve, mas o que impediu a abertura foi a falta de funcionários” que deverão ter-se deslocado a Lisboa para participar esta tarde na manifestação nacional convocada pela Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, da CGTP, para reivindicar aumentos salariais e horário semanal de 35 horas para todos, entre outras medidas.

À entrada deste estabelecimento de ensino estavam poucos pais e alunos, uma vez que “como é hábito a escola encerrar nestas ocasiões, muitos já nem vêm, limitam-se a telefonar”, como explicou um dos poucos encarregados de educação que permanecia junto ao portão da escola.

Mariana Tomé, do sexto ano, já estava à espera de ver a escola fechada, porque “já várias pessoas tinham dito que não haveria aulas”. A aluna tinha hoje um teste de música, mas “a professora já tinha avisado que, no caso de a escola não abrir, o teste passaria para a próxima terça-feira”. “Não fico chateada porque hoje vou para Londres. Até correu bem”, acrescentou.

O seu pai disse também que já contava com o encerramento da escola, mas “na dúvida, como tinha um teste”, decidiu deslocar-se até ao estabelecimento de ensino para confirmar. “A professora tinha avisado que se a escola não encerrasse o teste seria realizado. Assim, vamos embora mais cedo e, como temos uma viagem para Londres, até calha bem”, sublinhou.

Situação idêntica numa escola ao lado

Na vizinha Escola EB 2,3 e Secundária Fontes Pereira de Melo a situação era idêntica. Embora a escola não tenha encerrada, apenas há aulas para os anos com exame, segundo contaram à Lusa os alunos do 10.º ano Sérgio Costa e Tiago Cardinal. “Vamos aproveitar para passear e a seguir vamos para casa”, acrescentaram.

De acordo com uma funcionária da “Fontes Pereira de Melo”, a escola estará aberta durante a amanhã, sendo feita “uma avaliação ao início da tarde para perceber se será necessário encerrar ou não”.

A greve de professores, que sob a forma de paralisações regionais percorreu todo o país, termina hoje, com a paralisação a afetar no quarto e último dia as escolas do norte e da região autónoma dos Açores.

Segundo a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), a greve registou uma adesão média a rondar os 70%, mas o balanço final é feito hoje à tarde pelo secretário-geral da federação sindical, Mário Nogueira, numa conferência de imprensa no Porto, para a qual promete uma análise aos resultados da greve e das recentes declarações do ministro da Educação sobre a contagem do tempo de serviço congelado aos professores.