Com o ano letivo de 2017/2018 a entrar na reta final, perto de cinco mil auxiliares das escolas (4654 assistentes operacionais e 270 trabalhadores recrutados) continuam sem saber se entrarão para os quadros das unidades de ensino públicas.

Esta indefinição deixa antever que não será antes de setembro que o problema crónico do pessoal não docente fica resolvido, avançam esta sexta-feira o Diário de Notícias e o Jornal de Notícias.

Como são os almoços nas escolas no resto do mundo?
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Ao todo, cerca de 6 mil funcionários com contratos que terminam a 31 de agosto não têm qualquer informação sobre os concursos do programa de regularização dos precários do Estado.

Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, revelou em declarações à TSF que há muita "ansiedade nas escolas" em relação à integração dos trabalhadores precários.

"O final do ano letivo está à porta. Estamos já a preparar o próximo ano letivo e, neste momento, não sabemos com quem vamos contar", disse o responsável que denuncia atrasos no processo de integração dos funcionários dos quadros.

Greve marcada para maio

Os trabalhadores não-docentes têm marcada uma greve para o dia 4 de maio contra a precariedade e a falta de pessoal.

A falta de funcionários, a sobrecarga de trabalho dos poucos que se mantêm nas escolas e o recurso ao emprego precário foram algumas das razões apontadas hoje por Artur Sequeira, coordenador nacional de educação da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, para avançar para a greve.

À porta dos serviços do Ministério da Educação, em Lisboa, um grupo de trabalhadores voltou a lembrar os "salários baixos" que recebem para garantir um serviço essencial para o normal funcionamento das escolas, lembrou Artur Sequeira.

O fim da precariedade e integração de todos os trabalhadores precários, a alteração da portaria de rácios, a criação da carreira especial e o fim da municipalização são alguma das reivindicações.