Os resultados da primeira monitorização do plano 21|23 Escola+ foram divulgados hoje pelo Ministério da Educação e ilustram o compromisso das escolas com a recuperação das aprendizagens, afetadas durante a pandemia da covid-19, já que mais de 80% das ações previstas estão a ser desenvolvidas.
De acordo com as conclusões do inquérito, respondido por 96,4% das escolas, a principal aposta é a leitura e, concretamente, a ação “Escola a Ler”.
Com o objetivo de desenvolver as competências da leitura, por exemplo, através da leitura orientada em sala de aula e de outras atividades que proporcionem o contacto dos alunos com livros que os motivem, esta ação foi adotada por 82% das escolas e abrangeu mais de 25 mil turmas, sendo quase metade do 1.º ciclo.
Ainda assim, para os mais novos a medida mais frequente são os rastreios visuais e auditivos, orientados apenas para o pré-escolar e o 1.º ciclo. Adotada por 95% das escolas, o objetivo é “reforçar supervenientemente os protocolos das consultas regulares da medicina familiar”, refere o relatório.
Por outro lado, a generalidade das escolas tem priorizado também os primeiros anos de cada ciclo, sobretudo no primeiro ciclo, em que 92% das escolas estão a implementar essa ação, e segundo ciclo (82%).
A capacitação dos docentes é aposta de 68% das escolas e consiste essencialmente no projeto de monitorização, acompanhamento e investigação em avaliação pedagógica, uma iniciativa que envolveu sobretudo professores do 3.º ciclo.
Em sentido inverso, as ações menos adotadas implicam mexidas na organização curricular ou das turmas, sendo mais comuns no 3.º ciclo e ensino secundário, como a ação “Gestão do ciclo”, adotada por 39% das escolas, que permite a gestão do currículo por ciclos.
Também são menos frequentes na generalidade das escolas as ações “Turmas dinâmicas” (37%), que passa pela concretização de diferentes modelos de organização, e “Avançar recuperando” (39%), para que os alunos possam frequentar as aulas da turma anterior de disciplinas em que tenham tido insucesso que é, ainda assim, a mais adotada no 3.º ciclo.
Essas duas ações são igualmente aquelas que mais necessitaram de alocação de tempo suplementar dos docentes, enquanto as ações “Escola a ler”, “Constituição de equipas educativas” e “Aprender integrando” são as que envolvem mais professores para a sua execução.
No ensino secundário, a implementação de ações previstas no plano de recuperação das aprendizagens é menos acentuada, sendo as mais adotadas “Gestão de ciclo” (31%), “Escola a Ler” (37%) e “Aprender integrando” (38%), que aposta na promoção de abordagens interdisciplinares.
Além do relatório de monitorização, o Ministério da Educação divulgou também dois guiões de práticas e sugestões, para o 1.º e outro para os 2.º e 3.º ciclos, produzido pelo Instituto de Avaliação Educativa (IAVE), com práticas de referência que envolvem alunos, professores e pais.
Em comunicado, a tutela sublinha que o objetivo dos resultados da monitorização e dos guiões agora divulgados é “melhorar o acompanhamento dos alunos, a partir de dados sobre os seus desempenhos, e conhecer as medidas adotadas pelas escolas para aferir quais as mais eficazes no processo de recuperação das aprendizagens”.
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