Com o intuito de dar continuidade aos melhoramentos no Salão Nobre do Conservatório de Lisboa, a Associação de Amigos da Escola de Música organiza concertos cuja receita reverte para um fundo de apoio às obras. A temporada denominada “Le Foyer” abre sábado, às 16:00, com “Babar – O elefante bebé” e um recital de canto pela soprano Inês Simões às 19:00. “Babar – O elefante bebé”, de Jean de Bruhnoff e música de Francis Poulenc, é apresentado numa encenação Bruno Cochat, com Ruben Santos acompanhado ao piano por Cândido Fernandes. Este espetáculo estará em cena até dia 29, aos sábados, às 16:00, e domingos, às 11:00. O elefante Babar completou no passado dia 29 de dezembro 80 anos e este espetáculo insere-se nas comemorações de aniversário. Por outro lado, salientou à Lusa fonte da organização, este espetáculo “marca também a re-inauguração do ‘teatrinho’ do Conservatório Nacional como sala de apresentação de espetáculos e concertos com carácter mais ‘intimista’”. Ainda no sábado, mas às 19:00, Inês Simões interpretará várias canções de compositores do século XX e XXI acompanhada ao piano por Daniel Godinho. O concerto intitula-se “Franz Schubert e a Canção Moderna”. O trio A Piacere, constituído por clarinete, piano e violoncelo, toca no dia 21, às 21:30. Integram o trio o clarinetista Nuno Silva, da Orquestra Metropolitana de Lisboa, a violoncelista Catherine Stryckk e a pianista Daniela Ignazzitto. No dia 27, às 21:30, apresenta-se “Tempo” que, segundo nota da programação, se trata de um projeto sobre a música francófona “através de alguns dos seus cantautores mais representativos, como Leo Ferré, Jacques Brel, Barbara, Boris Vian, Charles Trenet, Serge Gainsbourg”. A cantora Adriana Queiroz, que lidera este projeto, é acompanhada por Filipe Raposo ao piano. No dia 28, às 19:00, sobem ao palco Ng Hon Sun Charles (saxofone), Cheng Chi Yuen (oboe) e Iryna Brazhnik (piano) para tocarem obras de Carl Philipp Emanuel Bach, Charles Koechlin, Robert Schumann, Henri Dutilleux, Fernande Decruck e Liu Wing Sum. A mesma fonte da organização adiantou à Lusa que “este projeto musical de solidariedade com o restauro do Salão Nobre do Conservatório é para continuar nos próximos meses”. Este ciclo teve início em novembro passado, tendo inaugurado um novo sistema de captação de verbas para as obras de requalificação do Salão Nobre do Conservatório, denominado “Bilhete/Donativo”. “Cada espetador paga um bilhete na quantia que entender, sabendo que está diretamente a contribuir para as obras de salvação do Salão Nobre”, disse à Lusa fonte da organização. O total das receitas reverterá para a Associação de Amigos da Escola de Música do Conservatório Nacional e assim “será possível dar continuidade aos melhoramentos, entretanto já iniciados, neste espaço nobre”, disse a mesma fonte. Atualmente, um dos balcões laterais do Salão é suportado por varões de ferro, para não cair, várias cadeiras estão destruídas, os tetos apresentam buracos, há cortinas rasgadas e “os camarins em precárias condições”. Inaugurado em 1881, desde a década de 1940 que não se efetua qualquer obra de fundo de manutenção do salão. Com mais de 170 anos, o Conservatório está situado no antigo Convento dos Caetanos, no Bairro Alto, é da responsabilidade da Direção Regional de Educação de Lisboa. De acordo com o Ministério da Educação, a realização de obras de intervenção está dependente da Parque Escolar, uma entidade empresarial dependente do Ministério. Este ano o Salão Nobre do Conservatório foi retirado da lista de imóveis de interesse municipal por pertencer às áreas protegidas da Avenida da Liberdade e da Lisboa Pombalina.
10 de janeiro de 2012