Uma boa noite de sono é importante para o desenvolvimento das crianças. Mas, com o regresso à escola, muitas crianças estão em maior risco para distúrbios respiratórios do sono que podem prejudicar o seu desenvolvimento físico e mental e afetar o desempenho académico.

 

Um estudo realizado durante o ano de 2011 e agora publicado mostrou que a frequência de distúrbios respiratórios durante o sono aumenta no inverno e na primavera. Até agora, os investigadores acreditavam que asma, alergias e infeções respiratórias virais como a gripe contribuíam para estes distúrbios que afetam a respiração da criança durante o sono.

 

Num novo estudo conduzido no Centro Pediátrico do Sono de Telavive e publicado na revista Sleep Medicine, Riva Tauman e a sua equipa mostraram que a asma e as alergias não contribuem para os distúrbios respiratórios do sono em crianças. Os vírus, estes sim, podem ser os responsáveis pela variação sazonal observada em crianças, dizem.

 

Os investigadores afirmam que o estudo tem amplas implicações para o tratamento de distúrbios respiratórios do sono em crianças, reforçando a ideia de que a época do ano é relevante no tratamento de casos limite deste tipo de distúrbios em crianças.

 

«Sabíamos da prática clínica e da investigação que os distúrbios respiratórios do sono em crianças pioram durante os meses mais frios», afirma Riva Tauman. «O que não esperávamos era uma tendência que nada tem que ver com asma ou alergias.»

 

A longo prazo, os distúrbios respiratórios do sono em crianças podem causar atraso no crescimento, doenças cardíacas e problemas cognitivos associados a uma diminuição do desempenho escolar, prejuízo do desenvolvimento da linguagem e problemas comportamentais.

 

Confirmando os resultados iniciais, os investigadores descobriram que a respiração desordenada do sono pediátrico é pior no inverno do que no verão. A variabilidade sazonal é mais evidente em crianças com menos de cinco anos de idade, indica o estudo.

 

Os investigadores também descobriram que o sibilo e e asma não contribuem para a tendência. Com base nos resultados, a equipa de investigação especula que as infeções respiratórias virais – que são mais prevalentes em crianças mais jovens e durante os meses mais frios – são o principal contribuinte para a variabilidade sazonal observada em distúrbios respiratórios do sono pediátrico.

 

 

Maria João Pratt