O deputado do PS Manuel Pizarro alertou hoje para o risco de encerramento do “indispensável” Banco Público de Células do Cordão Umbilical (Lusocord), localizado no Porto, por falta de financiamento do governo.
“O funcionamento do Lusocord está ameaçado porque o atual governo se recusa a garantir o financiamento e a permitir a contratação de alguns técnicos que são indispensáveis para que todas as doações de sangue do cordão sejam adequadamente analisadas e introduzidas na base de dados internacional”, disse à Lusa o ex-secretário de Estado da Saúde responsável pela criação do banco em 2009.
Durante os seus três anos de funcionamento no Porto, o Lusocord recebeu mais de 22 mil doações de sangue do cordão umbilical e procedeu à criopreservação de mais de oito mil; resultados que o socialista considera “extremamente favoráveis” e que se assemelham aos dos “melhores bancos do mundo”.
Manuel Pizarro, também líder da concelhia do PS/Porto, defendeu ainda que “o banco público de células do cordão umbilical é absolutamente essencial para o país” e “completamente indispensável”, lembrando que “há um conjunto de tratamentos de doenças muito graves, potencialmente mortais, que dependem da disponibilidade de células do cordão umbilical para a transplantação”.
Destacou também que “se todas as doações de sangue do cordão que estão criopreservadas [no Lusocord] tivessem já todas as análises completas, e estivessem introduzidas na base de dados internacional, era estimado que haveria algumas centenas de utilizações em cada ano”.
Lembrando que “há uma compensação económica que o banco receberia por essas utilizações internacionais”, considerou que “o banco de células está a ser privado de uma possível receita resultante da sua atividade porque não tem o financiamento inicial que é necessário para que tudo esteja a funcionar em condições”.
E se no orçamento de 2011, da responsabilidade do anterior governo, “estava prevista uma dotação orçamental de dois milhões de euros” dos quais “só foram atribuídos 500 mil euros”, agora “está a atingir-se o limite das possibilidades de manter o banco em funcionamento”, o que os socialistas consideram um “desrespeito pelo interesse público”.
Sendo o Lusocord “também uma das poucas instituições de âmbito nacional do Ministério da Saúde que funciona no Porto”, Pizarro sustentou que “parece que tudo o que funciona no Porto é ainda mais difícil de resolver por parte do atual governo”
“Estranho que o governo não tenha sido capaz durante mais de um ano de encontrar um modelo de funcionamento e financiamento para o banco público de células do cordão umbilical”, rematou o deputado que hoje pelas 11:00 irá coordenar uma visita de uma delegação socialista às instalações do banco no Porto.
Lusa
21 de agosto de 2012
Banco Público de Células do Cordão Umbilical em risco de fechar
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Alerta é dado pelo responsável pela criação do banco em 2009
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