Caminhar descalço provoca uma sensação de liberdade inigualável. No caso dos bebés, as vantagens são ainda maiores. A podóloga espanhola Noélia Chaqués destacou ao jornal ABC os benefícios de andar sem sapatos, quer a nível físico quer em termos cognitivos.

“As crianças de tenra idade têm uma maior sensibilidade nos pés. Devem caminhar descalças para experimentar e desenvolver essa característica, aprendendo a distinguir os diferentes toques e temperaturas”, explica a especialista, referindo que todos os sentidos são ativados quando se caminha assim. Isto faz com que os mais pequenos “analisem o ambiente em que se movem, avaliem-no e desenvolvam estratégias mentais para se adaptarem a ele”.

Pés livres também beneficiam o desenvolvimento muscular do pé quando este se organiza para formar o arco. “Além disso”, avança a podóloga, “fortalece as articulações e músculos do pé, o que resulta numa melhor postura e equilíbrio das crianças, evita lesões e facilita a circulação sanguínea”.

Segundo Noelia Chaques, outro fator determinante é o estimulo que caminhar descalço significa para a evolução do sistema nervoso e, portanto, ao desenvolvimento do cérebro. “O pé do recém-nascido tem uma sensibilidade muito maior do que a sua mão, de modo que as terminações nervosas sensoriais dos pés são essenciais para o seu desenvolvimento emocional. As informações táteis e percetivas que os bebés recebem através dos pés favorecem o amadurecimento das suas habilidades motoras”, explica.

Isto não implica, porém, que não seja necessário proteger esta zona tão importante do corpo, sobretudo das zonas húmidas em piscinas e balneários públicos. “As infeções por fungos ou vírus podem ser evitadas com chinelos ou sandálias”, aconselha a especialista, sublinhando, todavia, que este tipo de calçado em crianças muito pequenas é de evitar, pelo facto de não ser estável e impedir o pé de respirar.