O governo deu ordens às escolas para pagarem apenas metade das bolsas de mérito a que os alunos mais pobres têm direito no primeiro período de aulas do Ensino Secundário. Estas bolsas são atribuídas aos alunos com média superior a 14 valores cujas famílias têm dificuldades financeiras.

A notícia é avançada pelo Diário de Notícias.

Laurent Simons, a criança prodígio que está prestes a entrar na universidade aos 8 anos
Laurent Simons, a criança prodígio que está prestes a entrar na universidade aos 8 anos
Ver artigo

As bolsas de mérito chegam a cerca de 18 mil estudantes e têm como objetivo reduzir o abandono escolar, a exclusão social e o insucesso escolar.

A lei prevê que boa parte do valor da primeira prestação da bolsa, 428 euros, seja entregue no primeiro período, que termina a meio de dezembro, mas as escolas receberam há uma semana, no dia 23 deste mês, um aviso da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE) a ordenar que apenas seja paga metade da primeira tranche, empurrando para o próximo ano a entrega do restante valor.

A educação é cativante, mas não merecia tanta cativação

Pouco mais de 200 euros

Os alunos vão levar para casa pouco mais de 200 euros, ou seja, metade do valor previsto para esta fase do ano e 20% de uma bolsa anual no total de 1000 euros. Uma decisão do Governo que apanhou de surpresa os diretores de escolas. Ao todo, está preconizado que estes alunos recebam 1070 euros anuais de bolsa de mérito. "Serve o presente para informar que foram desencadeados os procedimentos inerentes ao pagamento da primeira tranche das bolsas de mérito. Devem proceder apenas ao pagamento de 50% do valor a que o aluno teria direito. O restante valor só será pago em 2019", lê-se no referido aviso do Governo.

Anda à procura do elixir da concentração? Coma estes 10 alimentos
Anda à procura do elixir da concentração? Coma estes 10 alimentos
Ver artigo

A Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas acredita que o Governo está a cativar valores até ao final do ano, como forma de gestão financeira. "Isto é a febre das cativações", afirmou Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, em declarações à TSF.

"A educação é cativante, mas não merecia tanta cativação", ironizou.

O Ministério da Educação defende que o valor das bolsas "é, e tem sido sempre, pago em tranches", mas não apresentou razões para o corte de 50% na primeira tranche a ser entregue aos alunos, escreve a referida rádio.