Segundo Rosário Caeiro, da Associação de Pais da Escola EB23 Luís de Camões, junto ao Areeiro, as crianças, com idades entre os 09 e os 16 anos, têm as aulas de Educação Física no Pavilhão do Casal Vistoso, a cerca de um quilómetro da escola, porque a instituição de ensino não tem um pavilhão próprio.

Para o transporte e acompanhamento das crianças, a Câmara Municipal de Lisboa cedeu um autocarro e dois funcionários, mas um destes entrou em baixa médica, pelo que deixou de ser possível assegurar todos os percursos das crianças, porque são sempre precisas pelo menos duas pessoas, uma para assegurar o período da manhã outro o da tarde.

A escola, contou Rosário Caeiro, “decidiu que, havendo só uma pessoa e não podendo assegurar o transporte, não haveria transporte para ninguém, prescindiu do autocarro da Câmara” Municipal de Lisboa (CML) e “fez chegar aos pais que cada um tomasse a decisão que quisesse”, podendo as crianças “ir sozinhas por meio de uma avenida movimentada como a Gago Coutinho” ou serem os próprios pais a transportar as crianças.

“O que me parece errado, enquanto mãe, é que a escola remeteu a responsabilidade para os pais”, salientou.

Os pais iniciaram uma petição pública contra esta situação, que na tarde de hoje reunia mais de 400 assinaturas.

“Não podemos permitir que os nossos educandos saiam da escola sozinhos e se desloquem até ao pavilhão do Casal Vistoso, por sua conta e risco. Não podemos sair dos empregos e fazer este acompanhamento no percurso – situação exposta no ato da matrícula e que foi garantida que estaria assegurada pela escola e CML. Precisamos que a CML juntamente com a escola assegurem a resposta que nos garantiram no início do ano letivo”, descrevem na petição.

A representante dos pais sublinhou ter esperança em que a situação se resolva em breve e também vai nesse sentido uma nota enviada pelo Ministério da Educação.

Fonte da tutela explicou que, “no âmbito do processo de descentralização, a Câmara Municipal de Lisboa assumiu as competências na área da Educação já neste ano letivo de 2019/2020, culminando todo o processo com a transferência de pessoal para o domínio autárquico, no final deste ano civil”.

A mesma fonte salientou que esta escola está em processo de contratação de assistentes operacionais.

“Tal procedimento está agora em fase de conclusão, pelo que se prevê que na próxima semana a situação fique regularizada. No total, esta escola terá um reforço de duas assistentes operacionais”, acrescentou.

O ministério destacou ainda que “existe um projeto de construção de um pavilhão na EB Luís de Camões”, mas “enquanto este novo pavilhão não estiver construído os alunos continuarão a ter aulas de Educação Física no Pavilhão do Casal Vistoso, que reúne as condições necessárias para o desenvolvimento da disciplina”.