Após a audição dos investidores, o executivo, presidido pelo socialista Manuel Machado, aprovou a implantação da unidade residencial prevista para um edifício, na rua do Brasil, construído pela antiga Companhia Eléctrica das Beiras, em meados do século XX, e onde a empresa manteve durante décadas alguns dos seus escritórios na cidade.

Com apenas cinco votos a favor, do PS, o projeto foi aprovado com votos contra da CDU e da coligação Mais Coimbra (PSD/CDS-PP/PPM/MPT), enquanto o movimento Somos Coimbra se absteve.

Na reunião de 08 de outubro, dois vereadores deste movimento, liderado pelo antigo bastonário da Ordem dos Médicos José Manuel Silva, tinham votado contra, ao lado das outras duas forças políticas da oposição.

Hoje, o PSD, que integra a coligação Mais Coimbra, voltou a demarcar-se do processo, enquanto o Mais Coimbra insistiu nas críticas que tinha formulado há mais de um mês, acabando por viabilizar a aprovação do projeto com a abstenção.

“Não estou aqui a fazer um braço-de-ferro com ninguém”, disse o presidente da câmara, Manuel Machado, depois de alguma tensão entre o PS, de um lado, e o PSD e o Somos Coimbra, do outro.

Manuel Machado salientou que “um projeto desta envergadura merece o carinho” da cidade e da autarquia.

Ao ler uma declaração de voto do Somos Coimbra, José Manuel Silva afirmou que o movimento continua a “criticar afincadamente a recusa do PS em se comprometer com a rápida instituição de um fundo de sustentabilidade, que existe noutros municípios, prejudicando o interesse público, a cidade e o concelho”.

Na sua opinião, o PS “deveria explicar por que recusa a constituição deste fundo”, que serviria para financiar projetos na área da mobilidade, estacionamento e transportes públicos.

Em comunicado, a Concelhia do Partido Socialista congratulou-se com a aprovação do empreendimento e frisou que “venceu Coimbra, pela persistência dos eleitos pelo PS e dos investidores, que provaram que, por mais que queiram adiar o investimento da cidade e se autoproclamarem como os salvadores da cidade, a cidade e os investidores não estão à mercê dos caprichos da oposição”, que colocou “em suspenso um investimento de reabilitação de 30 milhões de euros”.