A greve começou às 00:00 e, entre outras reivindicações, é justificada pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) pela ausência de “uma contraproposta concreta” da parte da tutela nas negociações que se arrastam há meses.

Os médicos querem, sobretudo, ver resposto o que foi retirado a esta classe aquando da presença da ‘troika’ em Portugal.

Os sindicatos realizaram, até ao início da tarde, dois balanços desta paralisação, indicando uma “forte adesão”, a qual expressa o “descontentamento” destes profissionais.

Segundo a FNAM, na região sul, o Centro Hospitalar Lisboa Central tem o bloco operatório dos hospitais de São José e Curry Cabral a funcionar apenas com serviços mínimos.

No Centro Hospitalar Barreiro Montijo, o bloco operatório está fechado e existem várias especialidades com serviços mínimos.

Na região Centro, a adesão ronda os 90% e o bloco operatório do Hospital da Figueira da Foz está encerrado. Também várias Unidades de Saúde Familiar (USF) apresentam níveis de adesão na ordem dos 100%, segundo dados sindicais.

No Alentejo, a greve dos médicos levou ao adiamento de consultas programadas em hospitais e centros de saúde da região, mas também há casos de utentes atendidos “sem problemas”.

Este protesto está a ter uma adesão de cerca de 80% nos hospitais e centros de saúde do Algarve, sobretudo nas cirurgias programadas e nas consultas, segundo dados da FNAM.

Na Região Autónoma da Madeira, a adesão à greve nacional dos médicos ronda os 75% ao nível hospitalar, informou o SIM. Nos Açores, a greve não provocou grande impacto no Hospital e no Centro de Saúde de Ponta Delgada, onde muitas consultas decorreram com normalidade, embora uma ou outra tenha sido cancelada.

No primeiro balanço realizado pela FNAM e o SIM, estes sindicatos apontavam para uma adesão à greve que se situa entre os 75 a 100% na maior parte das consultas externas nos hospitais e em 100% em vários blocos.

Os médicos de todo o país estão desde as 00:00 de hoje em greve, um dia de paralisação nacional que se segue a greves regionais nas últimas semanas.

A greve foi marcada pelos dois sindicatos médicos, que se dizem “empurrados para o mais forte grito de protesto”, depois de um ano de “reuniões infrutíferas no Ministério da Saúde”.

Os sindicatos pretendem uma redução das listas de utentes por médicos de família e uma redução de 18 para 12 horas semanais no serviço de urgência.

É ainda reclamada uma reformulação dos incentivos à fixação em zonas carenciadas, uma revisão da carreira médica e respetivas grelhas salariais e a diminuição da idade da reforma para os médicos, entre outras medidas.