O aparecimento do vírus durante a gestação pode acarretar problemas para o feto, pelo que o despiste da Hepatite B integra o painel de testes do rastreio pré-Natal.
O diagnóstico é confirmado com recurso à serologia, pela pesquisa do antigénio de superfície do vírus da Hepatite B (Ag HBs). Os testes serológicos são exames realizados com amostras de sangue venoso periférico, para despistar a presença de anticorpos produzidos pelo sistema imunitário contra antigénios oriundos de agentes infecciosos, de modo a determinar a sua quantidade ou concentração. Podem detetar a proteína do vírus da Hepatite B antes do aparecimento dos primeiros sintomas e em gestantes assintomáticas.
Assim, esse modo, a primeira linha de testes a serem utilizados para o despiste da eventual presença do vírus da Hepatite B são: a pesquisa do antigénio HBs (AgHBs) e do anticorpo anti-HBc (Ac. HBc). O AgHBs é uma proteína existente na superfície do vírus e que surge no sangue entre 1ª a 10ª semanas após a exposição ao vírus. Um resultado positivo revela que o vírus da Hepatite B está presente na corrente sanguínea.
O anticorpo anti-HBc, pode ser IgM ou total (IgG+IgM) e é pesquisado para que, caso a doente se encontre no chamado “período de janela” (em que o Ag HBs já desapareceu e ainda não surgiram os anticorpos anti-HBc), as doentes infetadas não seja consideradas como não apresentando infeção pelo VHB. No caso de infeção aguda, o ac. anti-HBc IgM surge positivo.
É importante detetar a presença do vírus antes da conceção ou no início da gravidez, porque os recém-nascidos são bastante vulneráveis e 90% dos bebés infetados tornam-se portadores do vírus.
Identificando as gestantes positivas para o AgHBs é possível uma intervenção precoce e eficaz no recém-nascido com administração de uma vacina de imunoglobulina, nas primeiras 12 a 24 horas de vida, o que reduz o seu risco de infeção, em 95% dos casos.
Por Maria José Rego de Sousa, Médica, Doutorada em Medicina, Especialista em Patologia Clínica
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