O papel dos avós começa por ser importante logo na gravidez, e é por onde deve começar. Quem o assegura é Manuel Coutinho, psicólogo clínico. «Devem contribuir com a sua experiência para que este tempo corra de uma forma serena, logo devem apoiar o casal nesse sentido», sempre que sentirem recetividade ou forem convidados a fazê-lo. «Se possível, até se disponibilizarem para contribuir com pequenas tarefas que eram feitas pela grávida e eventualmente apoiar outros filhos do casal», sublinha.
Por seu turno, Marta Figueiredo, enfermeira especialista em Saúde Materna e Obstetrícia, diz que no caso de se tratar da chegada do primeiro bebé à família, espera-se «que os avós entendam que faz parte do seu papel ‘ensinar’ os novos pais a serem pais». Apesar de, por outro lado, ser importante «que percebam claramente a diferença entre os papéis, para além de que isso é apenas uma fase curta e transitória.»
Avó paterna tem menos influência
Mas, por regra, a grávida está mais aberta aos conselhos e sugestões que lhe são transmitidos pela mãe do que pela sogra. Pelo menos, é o que garantem os especialistas. «As sugestões da mãe causam-lhe normalmente um maior conforto, menos estranheza, dado o facto de ela ter crescido nesse ecossistema de suporte. As sugestões maternais vão na continuidade daquilo que foi o seu quotidiano», diz Manuel Coutinho. Por isso, na sua opinião, as sogras devem ser mais contidas nas sugestões e nos comentários que fazem, pois correm o risco de não ser tão bem aceites e até de criar algum conflito a nível do casal. «A avó paterna continua a ter menos influência na gravidez e no parto, pelo menos nos primeiros anos. Depois, quando os netos crescem as coisas podem mudar», diz Daniel Sampaio, no âmbito da primeira conferência Cuidar de Nós, Cuidar o Nosso Bebé.
Texto: Lia Pereira
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