A saúde da mãe e do feto devem ser acompanhadas durante toda a gravidez. Sob o ponto de vista médico, o período de gravidez é dividido em 3 trimestres e o 1º trimestre é de grande importância, é o período indicado para realização do Rastreio Pré-Natal (Rastreio Combinado do 1º trimestre).
É no primeiro trimestre que se pode detetar e reduzir muitos problemas de saúde que se identificam na mãe e no feto. A realização no 1º trimestre deste rastreio permite às mulheres grávidas sentirem que têm uma gravidez segura, e em situação de existir algum problema, podem precocemente aconselhar-se com o seu médico.
Segundo a Fetal Medicine Foundation (FMF), entidade que promove a investigação na área da medicina fetal, o rastreio combinado do 1º trimestre tem uma taxa de deteção de 97% (em conjunto com a ecografia), com 3% de falsos positivos.
O que é o Rastreio Pré-Natal - Rastreio Combinado do 1º trimestre?
O Rastreio Pré-Natal – Rastreio Combinado do 1º Trimestre é um rastreio precoce, que tem por objetivo avaliar o grau de risco para a existência no feto da Trissomia 21 (Síndrome de Down), Trissomia 18 (Síndrome de Edwards) e Trissomia 13 (Síndrome de Patau).
Permite uma deteção de 97% dos casos, para percentagens de falsos positivos de 3%, sendo um elemento da máxima importância a ter em conta pelo casal, na decisão de fazer, ou não, uma amniocentese. A amniocentese consiste na obtenção de uma amostra de líquido amniótico, através de uma punção na parede abdominal da mãe guiada por uma ecografia para que o especialista possa dirigir a agulha com precisão, sem risco de lesionar o feto ou a placenta. Este exame é normalmente efetuado sob a prévia administração de anestesia local. O líquido amniótico contém células do bebé, as quais permitirão, após algum tempo de cultura, o estudo dos cromossomas.
Este rastreio combina a informação do exame ecográfico e o exame bioquímico.
Em que consiste o exame ecográfico e o exame bioquímico?
O Exame ecográfico permite determinar com exatidão, a idade gestacional através do comprimento crâneo-caudal (CCC/CRL), permite medir com exatidão o espaço subcutâneo localizado sobre a nuca do feto (translucência da nuca -TN/NT) e avaliar a presença do Osso Nasal (ON/NB).
No que concerne ao exame bioquímico, este permite o doseamento de duas substâncias presentes no sangue materno, a PAPP-A (Proteína Plasmática A Associada à Gravidez) e a ß-HCG livre (Subunidade ß livre da Hormona Gonadotrófica Coriónica), ambas com grande sensibilidade e especificidade para o despiste das anomalias referidas.
A quem se destina este exame?
O risco da Trissomia 21 (Síndrome de Down), tal como da Trissomia 18 e 13, aumenta com a idade materna, sobretudo a partir dos 35 anos, sendo, no entanto frequente encontrar mulheres jovens com filhos portadores de Síndrome de Down. A Fetal Medicine Foundation (FMF) aconselha que se realize o cálculo de risco no 1º trimestre a todas as grávidas, independentemente da sua idade. Se considerarmos apenas a idade materna (> 35anos), como critério para despistar aneuploidias, esta permitirá apenas a deteção de cerca de 30% dos casos.
No caso de ser considerada a idade materna e o exame ecográfico do 1º trimestre, estes permitem, em conjunto, uma deteção de cerca de 75% dos casos. Ao considerar a idade materna, o exame ecográfico e o exame bioquímico (Rastreio Combinado do 1º trimestre), consegue-se uma deteção de cerca de 95 a 97% dos casos.
Num próximo artigo vamos abordar a questão de quando deve ser efetuada a realização do Rastreio Pré-Natal - Rastreio Combinado do 1º trimestre, bem como quais os principais métodos atualmente existentes de diagnóstico.
Por Germano de Sousa
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