As férias são sinónimo de descanso, brincadeiras e muita animação.
Para que tudo corra na perfeição e se evitem erros que podem ser fatais, é necessário estar consciente das armadilhas que uns dias na praia ou na piscina podem esconder.
Com a ajuda da APSI (Associação para a Promoção da Segurança Infantil) e os conselhos de uma pediatra, a Saber Viver ajuda-o a prevenir os principais acidentes infantis.
Em viagem
Antes de partir, certifique-se de que a cadeirinha do seu filho respeita as normas de segurança (o uso da cadeira infantil é obrigatório até aos 12 anos de idade e/ou 1,50 m de estatura) e que todos colocam o cinto, mesmo no banco traseiro.
«Para além de uma condução consciente, é importante definirmos regras de comportamento para os mais pequenos», refere Helena Botte, responsável da APSI, adiantando que «a utilização de cadeiras adaptadas à idade, tamanho e peso da criança são a única forma de a proteger em viagens de carro. Em caso algum (fome, birras, cansaço...) a criança deve ser retirada da sua cadeira com o carro em andamento, pois no futuro torna-se mais difícil a aceitação deste dispositivo de segurança».
Durante a viagem, a pediatra Ana Margarida Neves aconselha ainda a fazer «paragens de duas em duas horas e a reforçar a ingestão de líquidos».
Alojamento
Segundo Helena Botte, «antes da escolha de uma casa ou hotel, tente saber mais informações, nomeadamente ao nível da segurança». Chegados ao destino, o reconhecimento do local e espaços envolventes é uma prioridade. Veja se há piscina, poços, tanques, rios, lagoas, arrecadações, linhas de comboio, estradas ou cães à solta, por exemplo.
Dentro de casa, verifique o tipo de proteção das varandas e escadas, bem como se há tomadas expostas. É também muito importante saber onde encontrar apoio médico e «reunir os contactos de determinados serviços, como os bombeiros, o centro de saúde e o serviço de urgência hospitalar mais próximo», sugere.
Praia
Ao contrário do que se possa pensar, os pais estão alerta para os riscos da água quando vão à praia.
Os casos de afogamento são mais frequentes «em ambientes construídos, como piscinas, poços, tanques, banheira e alguidar», refere Helena Botte. Contudo, na praia outras preocupações não podem ser descuradas.
«Para além de evitar as horas de maior calor, é importante usar um filtro solar de alta proteção», defende Ana Margarida Neves. A pediatra alerta ainda para as necessidades alimentares.
«As crianças devem comer a cada duas horas, preferencialmente iogurtes com bífidos e gelados de leite para regularizar o aparelho intestinal, afetado neste período. Devem beber água e evitar alimentos mal acondicionados ou contendo maionese e cremes», acrescenta Helena Botte.
Na piscina
Aparentemente inofensivas, as piscinas insufláveis são perigosas, pelas grandes dimensões e bordos flexíveis, e exigem vigilância permanente. «A cabeça de uma criança com nove meses pesa 25 por cento do peso total do corpo, o que provoca desequilíbrios com risco elevado de afogamento, quando se debruça para a água», alerta a responsável da APSI.
As piscinas familiares devem ter vedação (não escalável e com altura mínima de 110 centímetros) e um portão que abra para o exterior, de fecho automático, cujo trinco seja de difícil acesso às crianças.
Nas piscinas coletivas certifique-se de que existem nadadores-salvadores, equipamento de salvamento e que o acesso é vedado quando estão sem vigilância. Uma vez na água os mais pequenos devem usar sempre braçadeiras, aprovadas para a sua idade e peso, com duas câmaras de ar e válvula anti-esvaziamento.
Texto: Raquel Pires com Helena Sacadura Botte (secretária-geral da APSI) e Ana Margarida Neves (pediatra)
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