O ato de roer as unhas, também conhecido por onicofagia, é um hábito comum em crianças a partir dos três anos que se pode prolongar durante a infância, adolescência ou mesmo vida adulta.
Pode conduzir a deformações dos dedos, a desgaste do esmalte dos dentes, a mal-oclusão dentária e a infeções da boca, das unhas e da pele.
Este hábito afeta também o aspeto inestético que tem na criança, com consequente impacto na autoestima. Este comportamento inconsciente e repetido pode ter origem genética mas, sobretudo, ambiental, muitas vezes por imitação e despoletado por situações de ansiedade ou de tédio.
Para evitar este hábito no seu filho, tome as seguintes medidas:
- Pergunte-lhe porque rói as unhas, tente perceber em que circunstâncias acontece e identifique um padrão.
- Não o castigue ou penalize, porque dessa forma reforçará o vício e piorará a autoestima do seu filho.
- Tente arranjar uma distração quando isso acontece, tal como atividades que ocupem as mãos (bola antistresse, um jogo, um puzzle ou um desenho) ou a boca (cantar, contar histórias, beber um copo de água e/ou oferecer uma pastilha sem açúcar).
- Mantenha as unhas curtas e arranjadas.
- Proteja-as com pensos coloridos, use vernizes com cores atrativas, nas raparigas, ou esmaltes transparentes, não tóxicos. Evite produtos com álcool ou com pimenta.
Roer as unhas é um tique frequente, pouco grave e transitório, mas caso tenha grande impacto social ou se perpetue no tempo, pode justificar aconselhamento por um profissional de saúde e recurso a terapias comportamentais e, por vezes, farmacológicas.
Revisão científica: Ana Serrão Neto (médica pediatra e coordenadora do Centro da Criança do Hospital Cuf Descobertas em Lisboa)
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