As crianças em idade pré-escolar que vão para a cama às 20 horas têm menor probabilidade de serem obesas durante a adolescência. Esta é a conclusão de um estudo elaborado pelo Eunice Kennedy Shriver National Institute of Child Health and Human Development, situado em Bethesda, nos EUA. A equipa de investigadores analisou mil jovens nascidos em 1991 e descobriu que 39% dos que se tornaram obesos na adolescência deitavam-se depois das 20 horas e que dessas 29% iam para cama entre as 21 e as 23 horas.

Os dados recolhidos são referentes à idade de quatro anos e meio. O documento publicado no The Journal of Pediatrics, juntou, assim, ao satus socioeconómico e à obesidade dos pais, outra causa do excesso de peso, a hora de deitar. Sarah E. Anderson, a investigador principal deste estudo e professora de epidemiologia na Ohio State University College of Public Health, diz que «já havia uma grande evidência que o sono de má qualidade e o de curta duração estão ligados à obesidade».

«Agora mostrámos que a hora de dormir e a rotina desse hábito são muito importantes para as crianças e ajudam a ter um peso mais equilibrado [durante a adolescência]», acrescentam ainda os investigadores. Este estudo integra uma investigação alargada sobre cuidados na primeira infância e durante a juventude.

5 regras para dormir bem

O que os pais devem fomentar segundo a Associação Portuguesa de Sono:

1. Pais e filhos devem ter tempo para conviver no fim do dia, mas deve-se manter a rotina na hora de deitar.

2. A criança deve estar sonolenta quando vai para a cama, mas ainda acordada para aprender a adormecer sem a presença dos pais, ganhando assim autonomia e capacidade de adormecer sozinha caso acorde durante a noite.

3. Os contactos a meio da noite devem ser breves e monótonos e a criança deve ficar na sua cama.

4. Objetos de transição (boneco ou manta) podem ser úteis para crianças pequenas que não se sentem seguras sem a presença dos pais.

5. As sestas devem ser adaptadas à idade/desenvolvimento da criança. É importante evitar sestas muito prolongadas ou tardias, à exceção das crianças muito pequenas.

Texto: Rita Caetano