Cada família adopta uma forma própria de lidar com a doença. Alguns pais evitam conversar sobre o cancro entre si, ou com os familiares, outros sentem necessidade de procurar ajuda e apoio nas pessoas que lhes estão mais próximas. É fundamental que todos possam compreender o que é a doença, quais as suas consequências e as alterações que irá acarretar na vida da criança e do grupo familiar.

Informar-se sobre o cancro é uma forma de se sentir menos impotente e vulnerável perante as mudanças e situações difíceis que a doença pode condicionar. Esta é também uma forma de aprofundar os conhecimentos na matéria e compreender o tratamento adequado para a criança.

Se os pais sentirem, no entanto, que não conseguem lidar com a notícia de que o seu filho tem cancro, podem procurar apoio psicológico. O psicólogo terá como papel fundamental explorar as possibilidades de actuação/resposta que melhor se adeqúem a cada caso, possibilitando um alívio do sofrimento emocional.

A problemática de um cancro na idade pediátrica implica várias alterações na rotina da família, motivo pelo qual se torna tão importante que outros familiares tenham conhecimento da situação para que possam apoiar-se, mutuamente, numa fase frágil como esta.

Em casos de agregados com mais do que um filho, é importante não descurar a atenção e apoio aos irmãos da criança doente. É normal que os pais se sintam demasiadamente preocupados com o filho doente e que, por se encontrarem absorvidos pelas tarefas relativas ao seu tratamento (deslocações ao hospital, exames, etc.), não possam estar tão presentes em casa.

No entanto, é importante que os irmãos não sejam excluídos da situação e que, através de uma linguagem adequada à sua idade, saibam o que se passa, não só para poderem aprender a lidar com a doença, como para apoiar e visitar o irmão ou irmã hospitalizado, o que trará um duplo conforto à criança debilitada e fará com que os irmãos também se sintam integrados.

Definir estratégias para reorganizar a vida perante esta nova situação é outro ponto fundamental. Falar abertamente sobre a doença e tentar conhecê-la de forma aprofundada são bons princípios para aprender a lidar com a nova realidade.

Conteúdo retirado do portal PIPOP (www.pipop.info), um projecto da Fundação Rui Osório de Castro (www.froc.pt)