A partir de um ano de idade o bebé começa a ser cada vez mais ativo na exploração do meio ambiente, da descoberta do mundo. Quem o assegura é a terapeuta da fala Paula Bravo, explicando que, é com o despoletar do interesse pelos objetos, com o olhar, tocar, agarrar e abanar, que a criança avança para um outro nível: utilizar os objetos como foco de interesse entre ela e as outras pessoas.

 

Nesta etapa, o bebé desenvolve a sua capacidade de atenção conjunta, outro pré-requisito para a aquisição da linguagem: «Está pronto para perceber a direção do olhar do outro, seguir os movimentos da cabeça do outro e olhar para onde o adulto olha e/ou aponta. Começa assim a perceber o que o outro quer e diz quando aponta e nomeia objetos».

 

Aproximadamente aos nove meses, o bebé começa a compreender o «não», a dizer a primeira palavra e a usar «mamã» e «papá» com significado.

 

O olhar alternado entre a pessoa e o objeto e o apontar permitem à criança começar a dar nomes aos objetos e a atribuir rótulos. Estabelecem-se, assim, as bases da compreensão verbal. Quando o bebé começa a perceber que as coisas têm nomes, já percebe algumas palavras. Em determinadas situações pode estar pronto para começar a falar e, por volta dos 12 a 15 meses, a linguagem oral começa a fluir.

 

«Começa a ser usado um código arbitrário de linguagem e fala para descrever tópicos comuns, a usar a palavra num contexto, e a linguagem oral torna-se o meio privilegiado de comunicação. Contudo, as estratégias não-verbais continuarão, toda a vida, a constituir grande parte do reportório comunicativo», explica a terapeuta.

 

Os pais comunicam com o bebé de forma tão espontânea, que por vezes nem se apercebem do quanto estão a estimular tão intensamente as suas capacidades.

 

SINAIS DE ALERTA

Defensora da prevenção precoce de distúrbios relacionados com a fala, a terapeuta Paula Bravo aponta alguns sinais de alerta nos primeiros meses: alterações no contacto do olhar, com a alimentação ou o sono ou choro constante e ausência de sono. Não olhar para onde o adulto aponta, não gesticular, aninhar-se ou procurar consolo são outros sinais menos positivos a ter em conta no primeiro ano de vida.

 

Ana Margarida Marques

 

PODERÁ TAMBÉM GOSTAR DE LER:

As primeiras palavras

As conquistas no segundo ano