A imaginação é sem dúvida muito forte nas crianças. Transporta-as para um mundo paralelo e formidável sem as tirar de casa, ou até mesmo dos seus quartos. Viajam para os sítios mais incríveis, com companheiros inesperados, em situações extraordinárias e o mais fantástico é que se consegue ver que acreditam mesmo no que estão a imaginar.
Entram em mundos desconhecidos, viajar até locais longínquos ou até mesmo inexistente, são heróis ou princesas de um determinado reino ou castelo, conhece animais voadores, animais faladores, animais desconhecidos pelos adultos e por vezes até mesmo pela própria natureza. É um sonhar acordado, que faz bem, que ajuda no desenvolvimento da criança e completa a sua infância . Imaginar e sonhar é tão importante para qualquer criança e tão fundamental para o seu crescimento que tem que ser estimulado pelos pais, irmãos, amigos, livros, filmes e muito mais.
Num domingo já passado, prometi ao João que iríamos fazer um piquenique. Não era um piquenique qualquer, pois até estava frio e não iríamos sair de casa, era diferente. Ora ele nunca tinha feito um piquenique a sério, num jardim, na natureza, ao ar livre, mas sabia todos os pormenores e todos detalhes que envolviam a sua preparação. Então, depois da sesta e do banho, começamos a tratar de tudo. Iria ser um jantar de domingo diferente, uma novidade, um piquenique na sala.
Quando a pizza chegou, ainda quentinha e a cheirar muito bem, já a sala estava pronta, e os meninos ansiosos à espera. Fechou-se as cortinas, desligou-se todas as luzes, forramos o chão com uma toalha, estrategicamente colocamos as almofadas da forma mais confortável, e a mesa estava posta na relva ( que no fundo era um tapete e uma toalha verde).
Previamente já tinha descarregado do iTunes umas aplicações com sons da natureza e com sons de animais e florestas tropicais. Ligamos ao sistema de som e baixinho, e ao fundo ouvia-se uma cascata com água fresca a cair, animais selvagens a passear, e uns pássaros exóticos a esvoaçar por cima de nós. Era fim de tarde, o sol já se tinha posto por trás do sofá, e via-se uma ou outra estrelinha a quer aparecer com a ajuda das velas. Por entre sombras e montanhas, vislumbrava-se um dinossauro a passear, e um elefante a descansar.
Os olhos do João brilhavam, e nem se queria acreditar no que ouvia ( e no que imaginava). Sentamo-nos no chão, e começamos o nosso piquenique. Pizza, ainda quente, vinho especial (água do luso com um pouco de sumo de tangerina), e sobremesas exóticas vindas dos mais longínquos e inexistentes países. Fomos até visitados por alguns animais (grandes e ameaçadores) que queriam experimentar as iguarias do nosso jantar. Contaram histórias de onde estiveram e do que viram, fizeram convites para viagens futuras, e assim, num piscar de olhos, passaram duas horas, e um dos momentos que ainda hoje o João pede para repetir.
Marta Andrade Maia
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