“Li notas privadas do Woody Allen guardadas durante décadas. Ele era obcecado por adolescentes”, foram as palavras de Richard Morgan para intitular uma reportagem publicada esta quinta-feira, dia 4, no The Washington Post.

Depois das recentes polémicas que envolvem o nome do cineasta - nomeadamente o escândalo em que a filha adotiva o acusa de abuso sexual - vem agora a público o veredito do jornalista norte-americano após o acesso exclusivo a guiões antigos de Woody, guardados durante décadas na Universidade de Princeton, nos Estados Unidos.

Num dos rascunhos que nunca chegaram a concretizar-se em obras, encontra-se o filme ‘The Filmmaker’ (O Realizador), escrito na década de 1960 e deixado inacabado. O texto conta a história de um homem cujo nome era Allen - a causa estará associada às tendências autobiográficas da época - e que, apesar de estar noivo de uma mulher mais velha, apaixona-se por uma jovem.

Richard dá a conhecer um lado negro e obscuro das tramas de Woody Allen, acusando-as de serem repetitivas e machistas. “Do início ao fim, os arquivos de Allen pintam o machismo repetitivo. O Allen, que foi nomeado para 24 Óscares, nunca precisou de uma ideia além daquela básica que premeia todos os seus filmes: O homem cheio de desejo e a sua jovem conquista”.

A obsessão do realizador por jovens adolescentes acaba por se tornar o tema central de toda a crítica e de todos os textos encontrados, assegura o jornalista.

“Toda a arte é, em parte, autobiográfica - vem de dentro da mente de alguém, da sua alma. O arquivo do Allen mostra o que está dentro dele”, remata.