"Desejei morrer por causa do quão baixo me fez sentir", disse uma das vítimas durante a audiência de Nova Iorque.

Outra mulher, muito emocionada, recordou em tribunal que acabou por se tornar numa das vítimas de Kelly depois de ter assistido a um dos seus espetáculos quando tinha 17 anos.

"Eu estava com medo, era ingénua, e não sabia lidar com a situação", disse, explicando a razão de não se ter manifestado na altura. "O silêncio é um lugar muito solitário", afirmou.

De acordo com a BBC, o cantor ouviu sete vítimas no tribunal pouco antes de ter sido condenado a 30 anos de prisão.

"Tenho 45 anos, sou mãe e travo uma luta contra a saúde mental", partilhou uma das vítimas. "Destruiu a vida de tantas pessoas", acrescentou.

"Eu era uma miúda muito jovem, menor, com muitos sonhos e ele cortou os meus sonhos e abusou de mim mentalmente, fisicamente, emocionalmente, de qualquer maneira que possam imaginar", relatou.

"Queria apenas viver uma vida normal e tentar curar-me, mas posso demorar uma vida inteira para me curar. Só porque recebeu a sentença não significa que isto vá passar para nós", desabafou.

Outra testemunha frisou que o artista deixou uma "mancha permanente" na sua vida. "Sentia-me especial porque alguém que era especial para o mundo estava interessado em mim. Espero que fiques na prisão o resto da tua vida".

Mas as declarações das vítimas não ficaram por aqui. Uma mulher, entre outras, lembrou: "Nunca imaginaria que ir àquele espetáculo em setembro de 1994 ia mudar-me para sempre. Estes últimos quatro anos foram um despertar de como o meu silêncio prejudicou outras mulheres. Espero que ele não consiga dormir à noite".

E quando o artista recebeu a sentença, foi uma notícia que "muitas estavam à espera que chegasse".

"Houve várias vezes em que temi pela minha vida e pela vida da minha filha. Espero e rezo a Deus para que todos possamos curar-nos", destacou ainda uma das vítimas.

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