Ser médico sempre foi um sonho, uma ambição para Sarafim Ribeirinho Soares. E a influência do pai,
também médico, foi determinante na sua escolha.

«Inicialmente, ser cirurgião geral
era o meu projeto profissional, até que conheci o cirurgião plástico Paralta de
Figueiredo, com quem realizei as minhas primeiras cirurgias plásticas. Foi amor à
primeira vista e, daí para a frente, decidi que iria ser cirurgião plástico, iniciando
assim a minha carreira», sublinha.

Considera que ser cirurgião plástico implica, para além da adequada formação
médica, uma preparação sólida para compreender os contornos psicológicos,
quase sempre envolvidos neste âmbito. «Saber ouvir, desmistificar ideias pré-concebidas
(que muitas vezes constituem entraves e dificuldades), dosear expectativas,
diminuir estados de ansiedade, mostrar a realidade tal como ela é, alertar para a
existência de opções alternativas… são aspetos extremamente importantes para
que o paciente se sinta confortável e seguro acerca dos procedimentos a que vai ser
submetido», refere.

Assim, na sua prática clínica, tenta nunca interferir nos pedidos feitos
pelos pacientes, sobretudo quando não sabem o que pretendem alterar e lhe pedem
a opinião. «Nestes casos, digo-lhes sempre que a minha posição é dizer se o que me
pedem para fazer é exequível ou não. Tento muitas vezes mostrar-lhes que certos
pedidos são desadequados para os seus corpos e, por vezes, mesmo impróprios para
a sua saúde, o que me leva a recusar a realização de determinadas cirurgias», assegura.

Nesse sentido, defende que a cirurgia plástica, quando praticada de forma
ética e correta, não vende utopias nem falsas ilusões. Pelo contrário, «concretiza
sonhos, quando devolve felicidade ao paciente, quando o faz sentir melhor consigo
próprio, quando o ajuda a enfrentar o espelho com mais ânimo e satisfação, proporcionando-lhe mais autoconfiança para melhor adaptação à vida do dia a dia», garante.
«Acreditar, sonhar, sempre que seja devidamente fundamentado na
ciência e na experiência, porque não?», questiona.

Não é, por isso, de estranhar que, de acordo
com a sua experiência, a procura deste tipo de cirurgias seja cada vez maior. «As
mulheres pedem-me, sobretudo, mamoplastias de aumento e lipoaspirações, enquanto
que os homens solicitam lipoaspirações e tratamentos das rugas da face».
Regista ainda uma «procura cada vez maior por procedimentos simples feitos em
ambulatório, como por exemplo a aplicação de ácido hialurónico e de botox», revela.

Atualmente, dedica-se, sobretudo, à cirurgia estética numa clínica própria no
Porto. Em contrapartida, acredita que os seus pacientes o escolhem pela «grande
experiência na área da cirurgia estética, pela satisfação de milhares de doentes
tratados e, nesta altura de crise, por proporcionar-lhes cirurgias com baixos custos,
mantendo a qualidade de tratamento que sempre me pautou».


Veja na página seguinte: Os pacientes que mais o marcaram

O que mais gosta no seu trabalho?

A satisfação dos pacientes com os resultados.

Já operou alguém próximo de si?

Toda a minha família tem muita confiança em mim
e no meu trabalho, pelo que sempre que necessitam
recorrem aos meus serviços e eu, em particular, não
ponho qualquer objeção em tratá-los, pelo que praticamente
já operei toda a família.

Algum paciente o marcou de forma especial?

Vários, sobretudo crianças.

São pacientes normalmente
muito debilitados emocionalmente, com medo,
com muito receio dos tratamentos e que, com a
nossa dedicação e muita paciência, superam as suas
dificuldades. Quando acabam os tratamentos e voltam
à normalidade ficam para sempre agradecidos,
o que nos comove em especial.

Qual foi o momento mais marcante da sua carreira?

Tive oportunidade de viver diversos momentos
marcantes na minha carreira. Por exemplo, o de ajudar
a criar alguns dos primeiros retalhos cutâneos modernos
em Portugal, trabalho pelo qual fui reconhecido
com um prémio de medicina.

O ter aberto no
Porto uma clínica privada de cirurgia plástica que é
uma referência no País é outro. No entanto, o que mais marca
a minha carreira é a satisfação dos meus pacientes,
que me dá a sensação de que a experiência vivida
ao longo de todos estes anos contribuiu para melhorar
a qualidade de vida de milhares de pessoas.

O que faz no seus tempos livres?

A minha vida é pautada por três grandes paixões,
a família, a cirurgia plástica e o desporto. Como tal,
os tempos livres são vividos para a família e não dispenso
uma hora diária de preparação física. Paralelamente,
participo em competições automóveis
(clássicos), uma paixão que herdei do meu pai e
que, curiosamente, se aproxima muito da cirurgia
plástica, na medida em que ambas requerem a máxima
concentração e constante autosuperação.

Percurso profissional

Licenciado em medicina pelo Faculdade de Medicina do Porto, Serafim Ribeirinho Soares especializou-se em medicina plástica reconstrutiva e estética. É fundador e diretor clínico da Clínica Artlaser, na Foz do Douro, no Porto.

Texto: Fernanda Soares