Há cinco anos, Atílio Riccó, conhecido director de ficção brasileiro, apostou todas as cartas numa série juvenil pioneira em Portugal. Ele foi o homem que dirigiu as duas primeiras edições de "Morangos com Açúcar". Deixou a novela ao saber que a TVI queria continuar a fazer mais séries do mesmo.

Agora, Atílio Riccó é o homem que está por trás de "Rebelde Way", a novela da SIC que pretende fazer frente aos "Morangos". Ele não gostou nada de saber que José Eduardo Moniz, director-geral da TVI, fez insinuações públicas sobre o seu projecto.

"Que nos tentem copiar, não nos preocupa, porque a cópia é sempre pior do que o original", desabafou Moniz, referindo-se obviamente à "Rebelde Way", durante a apresentação dos "Morangos 6", na semana passada.

Confrontado por SapoFama, Atílio Riccó não se conformou com as palavras do seu antigo patrão. "Voltemos às origens e vamos ver de onde é que os `Morangos´ foram copiados... O modelo é uma cópia de `Rebelde Way´. Isso eu sei, porque eu estive no início dos `Morangos´. Só o colégio interno é que falta, senão a cópia seria descarada", denuncia o realizador brasileiro.

Riccó está convencido que bastará um mês para derrotar a série da TVI em termos de audiências. E aponta a repetição como falha: "Acho que cinco anos é muito para qualquer cabeça, por mais que se mudem as caras e uma série de coisas. Os assuntos são sempre os mesmos. A garotada de hoje não é boba. Sabe que é, no fundo, a mesma história cozinhada de outra maneira."

O director de "Rebelde Way", série original argentina cujos direitos para Portugal foram comprados pela SIC, acredita que as palavras de José Eduardo Moniz são apenas uma forma de defesa. "Ele sabe perfeitamente que somos uma forte concorrência e, por isso, anda a fazer tantas mudanças no seu canal, na tentativa de nos bloquear". E Riccó lança uma questão: "Se ele (Moniz) acha que o nosso produto é pior que o dele, para quê tanto esforço?"