O retrato de Olena Zelenska está na capa do novo número da publicação na edição digital, onde aparece sentada numa escadaria, vestida com um conjunto sóbrio de calças pretas e blusa branca, enquanto em outras páginas posa com mulheres soldado ou aparece o casal o casal Zelensky no gabinete presidencial, em Kyiv.

As fotos, tiradas pela célebre fotógrafa Annie Leibovitz, complementam um perfil de Zelenska que mistura conversas sobre o seu estilo e a sua experiência como mulher do Presidente durante a invasão russa do seu país, publicação acolhida com reações mistas quanto à sua pertinência.

No Instagram da Vogue, o artigo intitulado 'Retrato da Bravura', o resultado de uma entrevista presencial, também aborda a "vida de guerra do casal presidencial, o seu casamento, história partilhada e os sonhos para o futuro da Ucrânia".

Sobre as fotos publicadas, os utilizadores da rede social escreveram centenas de opiniões e reagiram àquelas com que mais concordam, nomeadamente fazendo comentários como: "esta pose numa zona de guerra não é do meu agrado", "não romantize a guerra, Vogue" ou "o país em guerra e a primeira-dama a dar uma entrevista a uma revista de moda".

O debate também passou para o Twitter, onde vários comentadores conservadores americanos criticaram a sessão de fotos num contexto de guerra, bem como a entrega de dinheiro e armas dos EUA à Ucrânia.

Mas muitos utilizadores também manifestaram o seu apoio, respondendo à controvérsia com bandeiras e corações ucranianos, elogios ou mensagens como: "obrigado por usar a sua plataforma para apoiar a Ucrânia", "relevante, Vogue, mais mulheres como esta".

Entre os que defendem a participação de Zelenska na reportagem contam-se os que valorizam que a mulher do presidente tenha permanecido na Ucrânia, em vez de ter fugido para um destino mais seguro.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de cinco mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar russa causou a fuga de mais de 16 milhões de pessoas, das quais mais de 5,7 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

Também segundo as Nações Unidas, 15,7 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

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