Ao lembrar a primeira vez que foi diagnosticado com cancro, Marco Paulo disse a Daniel Oliveira que na altura os médicos lhe tinham dado “dois meses de vida”, caso não fosse operado com urgência.

“Tinha um tumor difícil de ser retirado”, recordou, referindo que o mesmo era do “tamanho de uma laranja”. Nessa altura, apenas fez tratamento de quimioterapia e tinha medo de fazer radioterapia. No entanto, desta vez fez ambos os tratamentos e o que mais lhe custou foi a quimioterapia.

Marco Paulo confessou também na entrevista ao ‘Alta Definição’, da SIC, que “chorou” várias vezes e “tinha pena de si próprio”. “Olhava para mim e não era a pessoa que costumava ver. Questionava porque é que estava naquela situação”, partilhou.

Batalha onde nunca faltou a fé, o que o “ajudou muito”, além da força de vencer. “Durante estes momentos difíceis nunca me passou pela cabeça que ia ficar por ali, que o meu fim seria ali”, destacou.

Durante a conversa com Daniel Oliveira, o cantor lembrou ainda com carinho e saudade a mãe, que morreu quando o artista estava em cima do palco a cantar. “Está sempre presente na minha vida”, afirmou, acrescentando que um dia, quando morrer, gostava muito de reencontrar os pais e voltar a estar junto deles “numa casa". “Não sei qual será a casa, mas que seja uma casa onde possa estar com a minha mãe, o meu compadre, o meu afilhado”, disse.

Marco Paulo recordou também o momento em que sofreu com o princípio de um AVC, durante um dos seus concertos. O espetáculo estava a terminar, na última música, quando o cantor se sentiu mal. “Deixo de ouvir as pessoas, deixo de as ver, o palco fugia-me, não queria que as pessoas percebessem e aguentei”, lembrou. Depois chegou perto de um técnico e pediu para que o levasse para fora do palco, achando que “ia morrer”.

“Fui para o camarim, deram-me água, sentia uma dor de cabeça, uma má disposição, sentia que estava a perder as forças”, contou.

Na altura foi para o hospital, que se encheu com as pessoas que estavam no concerto e que queriam saber como é que o cantor estava. No dia seguinte, arriscou tudo e viajou para os Açores para mais um concerto. “Estava no palco e não via as pessoas”, partilhou, tendo referido que o susto de saúde lhe tinha afetado a visão.

Estava tão mal que quando sai do palco disse que não ia voltar a cantar”, revelou, explicando ainda que fez muitos exames e, felizmente, não foi detetado nenhum problema grave que o obrigasse a ficar longe dos palcos.

Para o artista, os melhores momentos da sua vida são todos aqueles em que não esteve doente.

Não me façam nada depois de eu morrer porque não vou saborear, vou descansar. Se alguém tem de me fazer alguma coisa que me faça agora para eu poder saborear. Gosto muito da vida, de viver, de tudo o que a vida me deu”, disse.

Natural de Mourão, Marco Paulo deseja fazer um museu na casa que tem na terra que o viu nascer.

Este ano faz 55 anos de carreira e no dia 21 de janeiro completa 76 anos de vida, um dia especial que será celebrado com um maior entusiasmo, uma vez que no ano passado foi passado no hospital.

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