Contactada pela agência Lusa, Cláudia Conduto, filha da artista, indicou que Maria Velez se encontrava doente há algum tempo e veio a falecer numa unidade hospitalar, em Lisboa, onde se encontrava internada.

Nascida em Lisboa, em 1935, Maria Velez frequentou um curso de design de moda nos anos 1950 na Kaunstgewerbe Schule, em Uster, na Suíça, e tirou o curso de pintura pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa em 1961.

A artista trabalhou como consultora de moda numa empresa comercial e desenhou, entre 1975 e 1978, várias coleções de moda para a Industria Confecionadora Portuguesa.

Iniciou a prática de linoleogravura, água-tinta e água-forte na Sociedade Cooperativa de Gravadores Portugueses, em Lisboa, tomando parte nas exposições itinerantes desta entidade.

Ali conviveu com artistas como Júlio Pomar, Alice Jorge, Sá Nogueira, António Areal, Hogan, Charrua, entre outros.

Foi professora nas escolas António Arroio e Josefa de Óbidos, em Lisboa, e na Escola Técnica do Cacém antes de se tornar assistente de desenho na Faculdade de Arquitectura de Lisboa, de 1983 a 1995.

Apresentou exposições individuais sobretudo no Porto e em Lisboa, e coletivas no país e no estrangeiro, nomeadamente em Madrid, Barcelona, Tóquio, Rio de Janeiro, São Paulo, Paris e Bruxelas.

Sobre o seu trabalho, o crítico Fernando Pernes escreveu que Maria Velez fez parte, em 1964, da "primeira fila dos pintores portugueses", mas, por seu turno, o também crítico de arte José-Augusto França considerava que a artista abusava de uma "habilidade de irremediável teor decorativo".

No entanto, Maria Velez foi bastante contestatária do conceito de que os críticos é que fazem os artistas.