Martin Bashir viveu o pico da sua carreira enquanto jornalista quando entrevistou a princesa Diana em 1995, para o programa 'Panorama', da BBC. Foi durante esta polémica conversa que Lady Di revelou que vivia um "casamento a três", referindo-se ao caso do - ainda - príncipe Carlos com Camilla.
A entrevista foi, entretanto, alvo de uma investigação independente em 2020, levada a cabo pelo lorde John Dyson, juiz e antigo membro do Supremo Tribunal britânico.
A mesma viria a concluir que Bashir tinha falsificado documentos, mostrando-os a Charles Spencer, irmão da princesa de Gales, de maneira a conseguir acesso à mesma, o que, segundo o príncipe William, filho mais velho de Diana, viria a "aumentar a paranoia" que a mãe alimentava em relação à família real britânica.
Conforme noticia agora a Sky News, na altura da investigação, Martin Bashir afirmou que as acusações derivavam da "inveja" que os colegas jornalistas sentiam dele e desta conquista.
"Lamento em ouvir que esta história de 'falsificação' tenha surgido novamente", notou o jornalista.
"Na altura, era notório que havia alguma irritação porque alguém da segunda geração de imigrantes não brancos [Bashir nasceu em Londres, mas os seus pais eram paquistaneses], vindo da classe operária, tinha feito a temeridade de entrar no Palácio Real e conduzido uma entrevista", continua.
Tais comentários estão entre centenas de emails e documentos divulgados pela BBC para efeitos de investigação.
Recorde-se que, após apuradas as conclusões sobre a entrevista, a BBC emitiu um comunicado no qual afirmava que "sentia muito pelos danos graves" provocados pela entrevista, assegurando que a mesma nunca mais seria transmitida ou licenciada para outros meios de comunicação.
Para além disso, fez um pedido de desculpas público e pagou um indemnização a Alexandra Pettifer, ex-ama dos princípes Harry e William, conhecida como Tiggy, na sequência das acusações feitas por Martin Bashir, que disse à princesa Diana que Tiggy andaria envolvida com Carlos.
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