Dobrou recentemente o filme "Coraline e a Porta Secreta" ao lado de Ana Bola, estão juntas em "Vip Manicure" e têm partilhado muitos outros projectos. Qual é o segredo do vosso sucesso como dupla?
A nossa relação é de muita cumplicidade, uma vez que está baseada numa enorme amizade. Somos as melhores amigas. A nossa relação é baseada sobretudo num grande respeito pela individualidade de cada uma. Gostamos dos defeitos e das qualidades uma da outra. Portanto, a nossa relação é perfeita.
Trabalham há muitos anos juntas...
Desde sempre. Foi a Bola que me deu o meu primeiro emprego no mundo da televisão, com "Os Bonecos da Bola". É a minha mãe adoptiva [risos].
O Herman também teve um peso importante na sua carreira...
A Bola e o Herman são os meus pais neste mundo. Eu tenho o privilégio de trabalhar em família, com amigos. Acho que soubemos todos, desde o início, e já lá vão 20 anos, preservar esse amor à primeira vista.
A sua carreira sempre se relacionou com o humor. É difícil fazer humor?
No meu caso foram 13, 14 anos intensivos a fazer ‘bonecos', todos diferentes de semana para semana, e isso dá um grande desgaste. Sinto neste momento algum cansaço. Deste ponto de vista, é bom estar agora a fazer uma personagem fixa, que não me obriga a tanta versatilidade.
Apesar de toda essa exigência, ainda tem a certeza de que enveredar pelo humor foi a escolha certa?
Eu não escolhi, escolheram-me. Francamente. Eu acho que é uma coisa com que nasci, porque fazer rir é um dom, não se explica. E trabalhei esse dom.
É feliz a fazer o que faz?
Sou muito feliz. Num País com uma vida cada vez mais complicada, eu sou uma privilegiada. Só posso agradecer o que tenho, porque faço o que mais adoro fazer, e com amigos. Não posso pedir mais.
Há algum projecto profissional que gostasse muito de realizar e ainda não tenha tido oportunidade?
Eu vivo cada dia. O meu sonho era entrar para a família do Herman e concretizei-o. Mas agora não tenho grandes projectos, sinto que as coisas vão acontecendo. A única coisa que eu peço é continuar a poder estar com amigos e a fazer coisas que me dão prazer e me fazem crescer.
E quanto ao "Vip Manicure"?
Dá-me muito prazer. Foi uma coisa que começou artesanalmente no teatro e depois cresceu até este ponto. Tem sido um prazer imenso. É moldar uma coisa quase do nada...
Com a intensidade da vida de actriz, consegue ter o tempo que queria para a vida pessoal?
Neste momento a minha filha está no centro da minha vida, e felizmente trabalho com amigos que percebem isso. O meu grande amor é o meu trabalho, mas a minha filha também é, e eu tento conciliar os dois. Como tenho dois seres espantosos comigo, o Bruno [Nogueira] e a Laura [filha de cinco anos, fruto da relação com José Pedro Vasconcelos], eles percebem as minhas limitações de disponibilidade. Mas eu amo-os de coração, e tento dar-lhes o meu melhor quando estou presente.
O Bruno também é humorista. Em casa falam de trabalho?
Sim, como todos os casais.
Gostava de ter mais filhos?
Gostava de ter outro filho. O Bruno é o meu grande amor e gostava que desse amor houvesse um resultado físico. Mas só quero que isso aconteça se esse filho puder contar com a disponibilidade dos pais. Caso contrário, seria um grande egoísmo.
Maria Rueff
Este artigo tem mais de 15 anos
Entrevista com Maria Rueff Figura de destaque da comédia portuguesa, Maria Rueff brilha neste momento no programa "Vip Manicure", ao lado de Ana Bola - algo que lhe dá "um prazer imenso" fazer. Laura, a filha de 5 anos, fruto da sua relação com José Pedro Vasconcelos, e Bruno Nogueira, o companheiro, são o centro da sua vida. E se pudesse teria outro filho...
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