É com os olhos marejados de lágrimas que Filomena Vieira fala, pela primeira vez, sobre a morte do seu “filho e companheiro” Angélico.
Cinco meses depois do fatídico acidente, a mãe do jovem artista confessou, numa emotiva conversa com a jornalista Raquel Matos Cruz, transmitida no Jornal das 8 da TVI, que ainda não conseguiu aceitar esta tragédia.
Filomena lamenta todos os dias que o seu menino, de 28 anos, não tenha tido hipótese para cumprir as suas promessas e tempo para realizar os seus sonhos.
“Era o meu orgulho, não há duvida… Mas queria mais, queria que fosse igual aos outros, que tivesse tempo para concluir os seus objetivos de vida até ao fim. O sonho dele era ser pai e fazer aquilo que eu não fiz. Só tive um filho, ele queria mais e dizia-me: ‘Mãe podes estar descansada que vou encher-te a casa de netos’…”, começou por revelar Filomena Vieira.
Visivelmente abatida e comovida, Filomena mal consegue falar da trágica madrugada de 25 de junho. Desde então, a mãe do mediático artista vai tentando viver um dia de cada vez, sempre com o pensamento nos conselhos e nas máximas de vida do seu filho.
“Ele dizia mesmo: ‘Mãe, só vivemos uma vez, só estamos cá num período de férias, isto é uma fantasia. Tudo o que fizermos e construirmos fica e se não soubermos aproveitar tudo isto, minuto a minuto, um dia a cortina pode fechar-se de repente e não há quem nos aplauda”, confidenciou.
Ao longo da curta conversa, Filomena fez questão de falar sobre a relação única que mantinha com Angélico e aproveitou, ainda, para mencionar todo o apoio que tem recebido pela parte dos amigos e colegas do artista.
“O nosso relacionamento era natural, era mais do que um filho, era um companheiro, porque sempre me fez muita companhia ao longo dos anos. Tenho tido muito apoio por parte de pessoas que nem conhecia e é essa a razão para me estar a aguentar. Fiz um filho, ganhei muitos amigos, sei que nesse aspecto estou muito protegida e isso é raro acontecer”, confessou.
Apesar de admitir que nada voltará a ser o mesmo, Filomena vai-se aguentando como pode: “Só quem é mãe é que sabe o que sinto. Mas tento preservar as coisas boas e bonitas que ele me transmitiu. Dizia-me muitas vezes: ‘Mãe, tens de sorrir. A vida é mesmo assim, não mandamos no futuro, às vezes programamos e depois sai tudo errado’. Mas é complicado, e diariamente questiono-me: Porquê eu? Porquê eu? Porquê eu?”.
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