Madonna quis filmar com um cavalo no interior de um palácio oitocentista em Belas. Autarquia de Sintra não o permitiu, avançou em primeira mão o Modern Life na manhã da passada quinta-feira. No fim de semana, foram muitos os meios de comunicação social a replicar a história sem citar a fonte ou a complementá-la com novos detalhes, como foi o caso do semanário Expresso, que falou com Basílio Horta.
"Não cabe na cabeça de ninguém deixar entrar um cavalo num palácio do século XVIII", criticou o presidente da Câmara Municipal de Sintra, proprietária do imóvel, confirmando que a cantora americana, que não gosta de ser contrariada, "tentou tudo" para levar o puro-sangue lusitano para o hall de entrada do edifício. "Tentaram tudo. Até disseram que iam falar com o primeiro-ministro", revela o autarca.
"O soalho de madeira assenta sobre uma caixa de ar e podia ser danificado", justifica o presidente do município, com base num parecer técnico emitido pela autarquia. "O piso do rés do chão assenta sobre estrutura de vigas de madeira, sendo a caixa de ar ventilada, [é] portanto um piso não estabilizado estruturalmente, o que impede a utilização de atividades que provoquem vibrações", refere o documento.
Face à irredutibilidade da autarquia, "instalou-se a confusão", noticia o semanário. "A Madonna é uma artista, mas o palácio é de todos e não é para ser estragado", afirma Basílio Horta. "Há coisas que o dinheiro não paga", insiste o edil. Segundo o Correio da Manhã, a intérprete de êxitos como "La isla bonita", "Music" e "Like a prayer", habituada a que lhe façam (praticamente) todas as vontades, ficou indignada.
"Já dei tanto a este país e, quando peço um favor simples, de facto, para mostrar Portugal ao mundo, a resposta que obtenho é negativa", escreveu a cantora numa troca de mensagens com o agente, Guy Oseary, que acompanhou o incidente à distância, em Londres. Entretanto, Madonna, que se prepara para lançar um novo disco, abandonou o Palácio Ramalhete, em Lisboa, onde vivia desde o início de 2018.
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