39 anos depois de ter lançado «Um português», o êxito biográfico que narra a vida de um emigrante luso em França e faz referência à famosa «mala de cartão», Linda de Suza viu o seu percurso recordado pelo jornal L'Orient-Le Jour a propósito do concerto que deu no Casino do Líbano, no passado fim de semana. Um espetáculo integrado no ciclo «Nuits Nostalgie», uma iniciativa cultural que pretende homenagear artistas associados aos movimentos migratórios europeus do século XX.
«Linda de Suza viveu o percurso do refugiado económico. Nascida Teolinda Joaquina de Sousa Lança, em Portugal em 1948, emigrou para França em 1969 e chegou a Paris em 1973. Teve vários trabalhos, incluindo um numa fábrica. Apresentou várias maquetes a várias editoras mas todas a recusaram, até que em 1978 saiu-lhe a sorte grande», recorda o jornalista Olivier Gasnier Duparc.
Enquanto cantava no restaurante Chez Loisette, em Saint-Ouen, o compositor André Pascal descobriu-a e apresentou-a a um outro compositor, Alex Alstone. Após ter sido recusada pela editora Barclay, assinou pela Carrere. Pouco depois, lançava «Un portugais». A versão francesa de «Um português» vendeu, na altura, 800.000 discos. Até ao final da década de 1980, Linda de Suza (em Beirute, no Líbano, em baixo) somaria êxito atrás de êxito.
Depois do fracasso da comédia musical «La valise en carton», em 1987, entra numa espiral descendente que a afasta dos discos, dos palcos e da televisão, onde só regressa em dezembro de 2015. Em 2016, lança um disco com os melhores êxitos, um livro e é convidada para várias tournées com outros artistas que percorrem as principais cidades de França. Veja a galeria de imagens que mostra a evolução da cantora.
Texto: Luis Batista Gonçalves com YouTube e Facebook (fotografias)
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