O procurador de Manhattan acusou hoje o príncipe André de fingir cooperar com a investigação norte-americana a Jeffrey Epstein, acusado de crimes sexuais, após os advogados garantirem que o filho da rainha Isabel II se ofereceu como testemunha.

"O príncipe André procurou hoje, falsamente, apresentar-se a público ansioso por cooperar na investigação federal (americana), quando se recusou repetidamente em agendar uma entrevista com as autoridades americanas e nos informou disso claramente. Já faz quase quatro meses desde que ele disse que não iria comparecer numa entrevista", destacou o procurador, Geoffrey Berman, através da rede social Twitter, citado pela AFP.

Geoffrey Berman disse ainda, citado pela agência AP, que "se o príncipe André está de facto comprometido em cooperar com a investigação federal que está a decorrer as portas permanecem abertas".

Os advogados do príncipe André revelaram hoje que o filho da rainha Isabel II se ofereceu para ajudar o Departamento de Justiça (DOJ) dos EUA por três vezes como testemunha num processo contra Jeffrey Epstein, acusado de crimes sexuais.

Num depoimento publicado hoje, os advogados da sociedade Blackfords dizem que "o DOJ [Departamento de Justiça] esclareceu que (o príncipe) não é e nunca foi um alvo da sua investigação criminal a Epstein e que eles pretendiam a sua colaboração voluntária e confidencial".

"O Duque de Iorque ofereceu a sua assistência em pelo menos três ocasiões este ano como testemunha ao DOJ. Infelizmente, o DOJ reagiu às duas primeiras ofertas rompendo as suas próprias regras de confidencialidade e alegando que o Duque não tinha oferecido qualquer colaboração", acrescenta.

O financeiro Jeffrey Epstein foi encontrado morto na sua cela, em 10 de agosto, em Nova Iorque, após ter sido detido e acusado de agressões sexuais, em julho de 2019, pelo procurador federal de Manhattan.

André, de 60 anos, foi envolvido no escândalo no final de 2019 devido à sua proximidade com Epstein, ao ser acusado por uma mulher de ter sido forçada a ter relações sexuais com o príncipe quando ainda era menor de idade.

O filho da rainha Isabel II defendeu-se durante uma entrevista na BBC na qual rejeitou qualquer comportamento impróprio, mas acabou por se demitir das suas funções oficiais e afastar-se da vida pública.

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