Esta terça-feira, 29 de junho, Hugo Strada deu a sua primeira (e alegadamente única) entrevista a Manuel Luís Goucha, após o escândalo em que se viu envolvido. Em 2019, o produtor de conteúdos - na época com 36 anos -, foi indiciado de vários crimes sexuais, entre eles o de pedofilia, processo que viu a ser arquivado em maio pelo Ministério Público por falta de provas.

"Só queria que as pessoas me vissem como eu sou, mais nada. Sou uma pessoa que acredita nos outros, que quer trabalhar, que não vê o mal que realmente existe. Acho que isto foi uma forma de a vida me preparar, de me dar um abanão bem forte para perceber o que existe. Estou, de facto, mudado. Quero continuar a fazer o meu trabalho", notou, referindo que ainda hoje há pessoas da Team Strada que trabalham com ele.

Entretanto, sublinhou: "É ridículo chamarem-me de pedófilo. Se há pessoa que respeita as crianças, que trabalha para fazer conteúdo para elas [sou eu]".

Note-se que à época, Hugo foi acusado de se aproveitar de menores ao vender o sonho da fama no YouTube, plataforma onde se popularizou com a Team Strada.

"Foram dois anos de angústia, foi horrível. Quando estoirou a polémica percebi quem estava realmente do meu lado. Quem não ficou comigo é porque é muito difícil estar ao lado do Hugo Strada", diz ainda.

"Posso-lhe dizer que acordar, ainda hoje, todos os dias é horrível. Tenho muita responsabilidade em cima de mim, muita gente a meu cargo. Escondi-me para conseguir trabalhar em paz e para não prejudicar ninguém à minha volta. Se não fosse a minha mulher já não estava cá, tinha desistido da vida", confessa, revelando que continua a viver debaixo de uma enorme pressão.

O entrevistado garante que houve uma manipulação das imagens que se tornaram virais nas redes sociais, sendo que estas foram retiradas do contexto. "Nunca houve comportamentos excessivos, houve comportamentos deturpados", afirma.

Nesta mesma conversa, Hugo lembra ainda o momento em que a polémica estoirou. Tal aconteceu quando um jovem youtuber de 17 anos, Dumbástico, com quem trabalhava, deu-lhe um beijo nos lábios durante o programa da SIC Radical 'Curto Circuito'.

"É assim que ele chega a casa e cumprimenta a mãe. Eu não me sentia confortável com isso, mas permiti e percebia que aquilo era um sinónimo de afeto. Para mim não tinha maldade nenhuma. Nunca tive maldade com nenhum agenciado meu. Se calhar o meu pecado foi passar tanta liberdade. É um afeto de uma pessoa que me vê como um pai e eu vejo-o como um filho", explica.

Hugo revelou igualmente que continua a trabalhar, mas nos bastidores, uma vez que a sua reputação ficou destruída com o caso.

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