"A maioria de esquerda e centro-esquerda que têm como base educacional a destruição da História do Brasil e a construção de um país utópico baseado num processo evolucionário", diz Luiz Philippe de Orléans e Bragança, em entrevista à Lusa.

A poucos meses de o país celebrar em 07 de setembro o bicentenário da sua independência, o pentaneto de D.Pedro I acusa a esquerda de estar a mexer "na língua portuguesa".

"A 'língua brasileira' agora está em níveis de ajuste pela Academia Brasileira de Letras que foi infiltrada por vários agentes da esquerda", acusou, frisando que existem setores da esquerda brasileira que querem destruir referências linguísticas e históricas e conceitos tradicionais de significados "e isso não é bom, isso mata a História do Brasil".

Na opinião do deputado federal filiado ao Partido Liberal (PL), o mesmo do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, a esquerda brasileira está a destruir "toda a referência de origem".

"Poucos sabem por que falam português, quem foi a família fundadora do Brasil", diz, acrescentando que se tenta passar a ideia de "que havia uma nação indígena que se chamava Pindorama que foi invadida pelos portugueses".

"É essa história que é contada para as crianças", considera, acusando: "Esse é o nível de destruição 'talibã' da nossa esquerda".

O deputado federal, o primeiro descendente da família imperial brasileira a ocupar um cargo de relevância política desde a Proclamação da República, em 1889, diz ainda que este fenómeno é quase exclusivo das esquerdas da América Latina, com a Europa a passar incólume e com "um resguardo maior".

"Não dá para julgar a nossa esquerda como se julga a esquerda europeia, a esquerda europeia quer fazer esse nível de destruição, promove uma revolta cultural contra as suas origens? Eu acho que não", afirma.

O deputado federal separa o trigo do joio e diz que nem toda a esquerda brasileira quer ferir a história brasileira, "mas eles não são os predominantes".

"Os predominantes da esquerda brasileira são destrutivos, eles querem erradicar completamente as referências", mas também, frisa, "querem erradicar qualquer vínculo com a Europa e criar uma outra história na cabeça das crianças".

Por essa razão, sublinha o responsável, "é necessário a eleição do Jair Bolsonaro", que concorre numa eleição para a presidência brasileira em 02 de outubro altamente polarizada com o ex-chefe de Estado brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.

"Não vou dizer que ele [Bolsonaro] é o maior precursor da questão da história do Brasil e o maior defensor, não é, no entanto ele não quer destruir", diz.

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