Não tem papas na língua e tem passado as últimas semanas a surpreender os jornalistas e até as bailarinas que a acompanham com as suas afirmações inesperadas. "Ainda não compreendi como é que ganhámos porque a nossa canção não é nada eurovisiva. Eu só concorri porque queria promover o meu novo disco", assume Lea Sirk, que nem sequer é muito fã de "Hvala, ne!", a canção que compôs em apenas 10 minutos.
"Foi um processo muito rápido", afirmou em conferência de imprensa pouco antes de ser entrevistada pelo Modern Life, numa conversa onde também abordou a sua condição física. "Eu era gorda, muito gorda. Tinha o cabelo escuro. São muitos os eslovenos que não me reconhecem", admite Lea Sirk, a sensual cantora, mãe de dois filhos, que trouxe com ela para Lisboa. "Não me deixam dormir", confidenciou-nos ainda.
Quais são as suas expetativas em relação à edição deste ano do Festival da Canção da Eurovisão?
Espero conseguir apresentar uma atuação muito profissional e ter a oportunidade de viver um dos meus sonhos. Tirando isso, não tenho quaisquer outras expetativas.
Já tinha estado em Portugal antes de vir cá gravar o vídeo de promoção do país que será transmitido antes da sua atuação na semifinal do festival?
Tinha vindo a Lisboa recentemente. O meu vídeo de apresentação foi gravado na cidade da Horta na Ilha do Faial, nos Açores, que foi o melhor local que poderiam ter escolhido para mim. Gostei muito da ilha e regressarei certamente lá com a minha família.
Por falar em família, tem cá os seus filhos. Como é que tem sido?
Eles acordam muito cedo. Não me deixam dormir. Mas estou muito feliz por estarem em Lisboa comigo. O meu marido é que não… [risos] Ele é que tem andado a tomar conta deles! Eles estão contentes, imitam a minha coreografia… Ela quis o mesmo corte de cabelo que eu. Mas não é fácil. Mal saio do palco, onde dou tudo, só me apetece ir para casa ter com eles.
Ainda assim, o que é que tem feito com eles em Lisboa?
Não tenho feito muito porque não tenho tido tempo. Andamos muito ocupados. Mas já fui com eles a alguns parques [urbanos] e jardins, sítios muito bonitos. Também fomos ao Oceanário de Lisboa, que eles adoraram, mas não tenho muito tempo. Eles andam por aí com o pai. Neste momento, nem sequer sei o que estão a fazer…
Gostava que, daqui a uns anos, eles seguissem os seus passos e enveredassem por uma carreira artística?
Não, não gostava! Eu nunca estou em casa, não consigo ser uma mãe a sério. Preferia que eles tivessem outro tipo de vida…
É uma das mulheres mais sexy da edição deste ano do Festival Eurovisão da Canção de 2018…
Eu era gorda, muito gorda. Tinha o cabelo escuro. São muitos os eslovenos que não me reconhecem. Depois, tive dois filhos e, ao contrário do que é normal, emagreci…
Já conhecia alguma coisa da música portuguesa antes do Salvador Sobral ganhar o Festival da Canção da Eurovisão de 2017?
Sim, já. Eu ouço diferentes tipos e estilos de música. Adoro todas as canções que me soem bem e, muitas vezes, quando componho, dou o meu melhor para compor algo na mesma linha. Por acaso, já tinha descoberto a vossa música antes e já me tinha apaixonado pela vossa língua ainda antes do Salvador [Sobral] ganhar a Eurovisão.
Qual é a opinião que tem de "Amar pelos dois", a canção que surpreendentemente, contra todas as expetativas, venceu o Festival da Canção da Eurovisão de 2017?
Eu tive sorte de imitar o Salvador Sobral na versão eslovena do programa "A tua cara não me é estranha", o que foi um grande desafio para mim. Foi o primeiro cantor que imitei no programa. Adoro o facto da canção ser em português, uma língua de que gosto muito.
Depois, a voz dele, que é tão especial, tal como os seus trejeitos e maneirismos em palco. Tudo isso foi um grande desafio para mim mas fiquei verdadeiramente contente com o resultado final. Esta atuação acabou por ser exibida em Portugal e ainda hoje recebo mensagens acerca dela.
A seguir ao Festival da Canção da Eurovisão, vai-se logo embora ou vai aproveitar para ficar em Lisboa e para conhecer melhor Portugal?
Não, vamo-nos embora logo no domingo. Tenho vários concertos agendados.
Depois do festival, são muitos os projetos que tem em mãos? O que é que pode já revelar?
Sim, vou acabar de gravar o meu segundo álbum de originais e partir em digressão, que se chamará "Hvala, ne!". Todo o disco vai ser eletrónico. Gosto dessa atmosfera musical. Os meus produtores querem sempre mudar-me. Tenho de me manter forte e quero melhorar a minha dança.
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