FAMA: Mickael, é verdade que a Rita foi a sua primeira escolha para contracenar consigo no videoclip do seu single “Porque Ainda Te Amo”?
MICKAEL: Sim, pensei logo na Rita porque este videoclip vive muito do “acting” e por isso a Rita foi a minha primeira escolha. Fiquei muito contente quando ela aceitou o meu convite.
RITA: Duas semanas depois… (risos)
MICKAEL: Acho que não foi tanto tempo. Ela é chata (risos). Quis ler primeiro o “storyboard” e conhecer bem a história. Só depois aceitou, e ainda bem.

FAMA: É verdade que a Rita impôs a condição de não beijar o Mickael?
RITA: É verdade, embora não tenha sido propriamente uma imposição. Só achei que não se justificava e que eu, como atriz, conseguiria passar todo o amor que ele (Mickael) e o realizador queriam sem ser necessário um beijo, que eu sei que ia causar bastante polémica. Em Portugal, e repito, em Portugal, ainda não se consegue distinguir a vida profissional da vida pessoal.

FAMA: Já estava a ver os títulos com outro namorado em perspectiva?
RITA: Não, eu não, mas a imprensa com certeza. E, então, eu que beijo dezenas de atores no meu trabalho (em todas as novelas beijo um ator diferente), falei com o Mickael e disse-lhe que a questão não era o beijo, mas sim o facto de a imprensa não saber distinguir a nossa vida profissional da nossa vida pessoal. A questão foi única e exclusivamente essa.

FAMA: Têm a noção de que mesmo sem o tal beijo são inevitáveis os comentários do género, “clima de grande intimidade, enorme cumplicidade”…
RITA: Sim, claro. Aliás, isso viu-se logo no dia seguinte. A primeira notícia que saiu dizia no título “Mickael Carreira seduz Rita Pereira” e só depois, em letrinhas pequeninas, esclarecia que era “no videoclip”. Já sabia que era inevitável isso acontecer.

FAMA: Mas apesar da imprensa, acabou por aceitar o convite…
RITA: Sim, claro. Sabia que ia ser assim, mas daqui a uma semana já se vai falar de outra coisa, pode ser o lançamento da minha novela ou o Mickael dá um concerto, ou vão-lhe arranjar outra namorada (risos) e os nossos caminhos vão acabar por se separar naturalmente. Eu estou altamente habituada, mas custa-me um bocadinho o Mickael ter de passar por isto…

FAMA: O Mickael também já está um bocadinho habituado, porque já lhe “arranjaram” muitas namoradas…
MICKAEL: Faz parte. Muito sinceramente, até já perdi a conta. Primeiro, porque sei que vende e toda a gente precisa de vender. Sabia perfeitamente que ao trabalhar com a Rita isto podia acontecer, mas acho que é preciso saber separar o que é trabalho do que é pessoal. Por isso é que, quando a Rita me pôs a questão do beijo, eu concordei com ela. Achei que não era necessário, nem fundamental para contar a história.

FAMA: O Mickael já começou a pensar no próximo trabalho?
MICKAEL: É preciso ter calma. A ideia é lançar no final do próximo ano um novo trabalho. Quando acabar a promoção deste novo single, lá para o fim de janeiro, volto novamente a Miami para começar a trabalhar a sério no próximo.

FAMA: Tem uma ligação a Miami, foi citado recentemente pela Billboard. Uma carreira internacional é uma ideia que lhe agrada, um sonho…
MICKAEL: Talvez, tenho algumas propostas nesse sentido, nada de muito concreto. Como eu digo muitas vezes: para ir lá para fora para ser pequeno, prefiro ficar aqui, que é o meu mercado, onde tenho os meus fãs, o meu público. Se existir uma proposta concreta, boa, num mercado como o latino, que tenha a ver comigo, claro que sim. Falo bem espanhol, estou rodeado de uma grande equipa de profissionais, que já trabalharam com nomes como o Ricky Martin, a Jennifer Lopez… É bom saber que tenho pessoas tão experientes a apoiarem-me no mercado latino.

FAMA: Agora a pergunta difícil… Nos últimos meses tem-se falado muito da sua relação, que ainda não confirmou, mas que também não desmentiu, com a Laura Figueiredo. Esta semana saiu uma notícia a dizer que já estariam a partilhar casa. Quer comentar?
MICKAEL: Não quero comentar.

FAMA: Mudando de assunto, o Mickael é muito assediado pelas suas fãs, especialmente as meninas adolescentes. Sente isso?
MICKAEL: (Risos) Por acaso não sinto muito isso. Acho que é mais o que se escreve. Vejo nos meus concertos pessoas de várias idades, de dez até aos sessenta anos, vejo muitas famílias. Tenho um público muito variado.

FAMA: Mas recebe propostas? Já recebeu muitas propostas indecentes?
MICKAEL: Eu gostava (risos). Nunca recebi, mas gostava de receber. Quero receber. Fica aqui o apelo: quero receber propostas indecentes! Fico à espera…

FAMA: E a Rita, recebe muitas propostas indecentes? Os homens são muito atrevidos?
RITA: Já tive alguns malucos. Mas acho que as mulheres nestas coisas são muito mais atiradiças, são muito mais malucas. A mulher, com a figura pública, com o ator, com o cantor, é muito mais atrevida. Eu sinto muito que os homens, entre os 15 e os 40 anos, (e note-se que fico feliz com essa reação) ficam um bocado inibidos na minha presença e têm maior dificuldade em dizer alguma coisa, não estando bêbados, do que uma mulher na mesma situação. A não ser em algumas festas, em que ficam mais à vontade…

FAMA: Acham então que as meninas são mais atrevidas? As mais novas ou as mais velhas?
MICKAEL: São, é verdade. Mais as mais velhas, as quarentonas, acho eu. Embora habitualmente me abordem com bastante respeito, já passei por algumas situações de maior… “aperto”, mais complicadas. Mas faz parte.

FAMA: Não vos incomoda, por exemplo, ir ao supermercado comprar pão e sentirem que estão a ser olhados?
RITA: É uma questão de hábito. Eu habituei-me a viver com os olhares. Costumo dizer que quando vou comprar pão, o pão não é só para mim, as pessoas ficam sempre a olhar para ver qual é o pão que eu compro, como é que vou pegar no pão, quanto é que pago por ele. Será que o pão que eu escolho é tão bom como o delas? Nunca estou sozinha, nunca janto sozinha, mesmo que esteja sozinha, as pessoas estão sempre a olhar. Às vezes é bom estar sozinho e é para isso que serve a nossa casa.
MICKAEL: Eu gosto de ir ao supermercado comprar o pão e escolher as minhas coisas. Os olhares fazem parte e, normalmente, quando sou abordado, as pessoas são muito simpáticas e nada “invasivas”.

(Entrevista de Graça Martins)