Esta segunda-feira, 13 de setembro, Manuel Luís Goucha esteve à conversa com Cláudio Ramos. Foi neste âmbito que o entrevistado falou de assuntos mais pessoais, neste caso, do relacionamento com o seu pai de 'coração' e o facto de nunca ter conhecido o progenitor.

"Nunca me preocupei em saber quem é o meu pai biológico. Sei quem é, nunca me esconderam, a minha mãe nunca me escondeu", começa por dizer.

"Sei que ele tem de levar todos os dias comigo na televisão, o que é muito aborrecido para ele, para a mulher dele, para as filhas dele, isso é muito chato. De certeza que ele viu o 'Big Brother', que a mulher viu e que as minhas meias irmãs viram", notou em tom de ironia, sendo que Goucha não resistiu em dar uma gargalhada.

"Mas o meu pai chama-se José Luís, morreu há três anos, e com os seus defeitos e qualidades foi o meu pai. Foi um brilhante pai para os meus irmãos, o companheiro da minha mãe até morrer", sublinha.

Questionado por Goucha por que não tinha sido um "brilhante pai" para si, Cláudio respondeu: "Queria outro pai ou se calhar não queria pai. Não preciso. Não precisava. Era crescido demais para permitir que alguém me pusesse regras. A maneira de pensar do meu pai não era o que eu queria, queria outra coisa para mim".

Cláudio lembrou ainda quando saiu de casa aos 16 anos, momento em que se afastou do pai, apesar de ter reatado a ligação algum tempo depois.

"O meu pai era muito inteligente, muito culto e viajado. Era um pensador e era muito bonito. Mas ao mesmo tempo tinha umas ideias muito dele. Ele achava que os filhos tinham de se comportar daquela maneira", recorda.

"Aprendi desde que sou pai a entender. Vou sempre gostar de uma pessoa que em 1974 casa com uma mulher que tinha dois filhos de uma relação anterior, que os perfilha, que lhes dá um nome. Aceita-os como filhos e dá o mesmo tratamento a todos. Acho que o meu pai tinha mais vaidade em mim do que nos outros e que por eu ser tão estranho picávamo-nos tanto", lembra.

O apresentador evidenciou também a última vez que falou com o pai, que morreu vítima de um cancro do pulmão: "Conversei com ele para aí quatro ou cinco dias antes. Mas entendi-o e fiz as pazes comigo mesmo".

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