Morreu na tarde de quinta-feira, dia 23, o ator João Ricardo. Perante esta grande perda, foram muitas as figuras públicas que recorrem às redes sociais para homenagear João Ricardo, e José Raposo não foi exceção.

O ator escreveu uma mensagem emocionante na sua página do Facebook. “Choro, como todos nós, a injustíssima partida do João. E sinceramente não consigo dizer nada...”, começou por dizer José Raposo, partilhando logo de seguida um texto de Wagner Borges “que define o lindo João que todos conhecemos”.

"Já não sei em que ano foi. Sei que foi no Trindade e por ventura, foi dos espetáculos onde mais ri na minha vida. Onde chorei a rir e dobrei o riso, tal era a forma ímpar que ele, em cena, magistralmente, seduzia o público com o seu carisma, com o seu imenso talento. «Não há nada que se coma» ainda hoje, faz-me sorrir. Depois, um pouco por todo o lado, primeiro como espetador, depois como fã, fui seguindo, o seu maravilhoso malabarismo criativo, no teatro, na televisão”, acrescentou, falando logo de seguida da peça Ricardo II, de William Shakespeare, onde João Ricardo interpretava Ricardo II.

“O meu Rei Ricardo II. O nosso Rei, no Teatro Nacional, faz precisamente 10 anos. E descobri então, que não só o ator me fascinava, mas que o homem passaria também a ser motivo da minha admiração. Da humildade e da infantilidade do seu enorme coração. Um dia, perguntei-lhe qual era o segredo do seu constante humor. Ele respondeu-me que ainda tinha 12 anos. Que vivia como se tivesse 12 anos e que tudo, tudo era uma enorme brincadeira. Claro que sabemos que ele era um homem muito sério e nessa seriedade - como as crianças o são, até quando brincam - residia acima de tudo uma esperança. A esperança de que tudo correrá melhor se nos rirmos. Por todo o lado, surgirão histórias, memórias, homenagens. Mais que merecidas. Teremos todos algo para lembrar. O João Ricardo”, continuou.

Para terminar, enumerou "a melhor forma para preservar a memória" de João Ricardo, que é "seguir exatamente aquilo que ele fez: Sorrir para a vida, beber champagne na hora certa, fumar o charuto no dia da estreia e sermos aquilo que realmente somos". "Serei mais um, triste, estupefacto por esta antecipada partida, por entre todos, aqueles que trabalharam com ele, familiares, amigos. Estamos de luto. O João Ricardo partiu. O eterno príncipe do Teatro Português partiu. E apesar da chuva, espero que tenha partido de boxers coloridos, de galochas até ao joelho e com uma banana debaixo do braço. Até já João”, rematou.