"Fizeste o papel de vilão em alguns dos teus filmes, mas, para mim, és um verdadeiro herói tal como para muitas outras pessoas. Um homem bom, um pai bom, um marido bom e um ser humano decente, muito raro de encontrar", pode ler-se na mensagem de Sinahon Thessa, publicada no Facebook.

Nascido em Nova Iorque em 1939, filho de um pai emigrante dos Camarões e de uma mãe norte-americana, estreou-se nos palcos como profissional no Harlem, em 1960, com "Otelo", de William Shakespeare, segundo a biografia da AFP. Vinte anos depois levaria a mesma personagem ao cinema.

Em 1973, entrou em "007 -- Vive e Deixa Morrer" como o primeiro vilão negro da saga, interpretando o ditador Dr. Kananga/Mr. Big.

Ao jornalista James M. Tate, Kotto lembrou que argumento do filme tinha "muitos problemas", querendo escapar às "tretas estereotipadas" do argumentista Tom Mankiewicz que "não tinha nada a ver com a experiência ou cultura negra".

"Era o primeiro vilão Bond negro. Eu queria ser original, mas não havia nada ao qual eu me pudesse agarrar no argumento. Era uma armadilha. Se tivesse atuado como estava escrito, todas as organizações negras no mundo teriam vindo atrás de mim", afirmou, citado em conversa com Tate.

Ainda na década de 1970, deu corpo ao ditador ugandês Idi Amin no telefilme "O Raid Relâmpago dos Comandos", com Charles Bronson, que lhe valeu a nomeação para um Emmy.

Em 1979, integrou o elenco de "Alien -- O Oitavo Passageiro", de Ridley Scott, destacando-se na sua filmografia "O Gladiador", a partir de um romance de Stephen King, ao lado de Arnold Schwarzenegger.

Kotto tem longos créditos em trabalho para a televisão, com particular relevo para "Departamento de Homicídios", que foi exibida entre 1993 e 1999.

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