A conversa de Laura Dutra com Daniel Oliveira começou com a atriz a falar da personagem, Ana, em 'Nazaré', da SIC. Um papel desafiante e que aborda a violação.

Ana foi violada e Laura aproveitou esta oportunidade para tentar "ajudar alguém que passou por isso a falar".

"A nossa profissão não é apenas entreter ou fazer companhia", afirmou a atriz, referindo que a representação é também "dar voz" a todos os que não a têm.

Além da representação, Laura Dutra falou ainda sobre as causas pelas quais faz questão de 'lutar'

“As mentalidade têm de mudar e acho que tem de ser agora porque o mundo não é nosso. Nós fazemos parte do mundo. Esse é o problema do ser humano, achar que o mundo é nosso", afirmou. "Se vir lixo na praia vou apanhar porque não consigo deixar ali", partilhou, realçando, de seguida, a preocupação com o facto desse mesmo lixo, se não for apanhado, ir depois para o mar.

Além disso, mostrou-se contra a dependência das redes sociais. "Procuro sair o mais possível desse mundo digital, acho esta explosão tecnológica muito perigosa. Hoje em dia é mais importante o parecer do que o ser, sinto que as pessoas estão a perder a sua verdade, simplicidade...", destacou, exemplificando que hoje é mais importante tirar uma fotografia para mostrar aos outros o momento do que viver e desfrutar apenas desse mesmo momento.

"As pessoas não param para pensar um bocadinho sobre elas, sobre o mundo, sobre os outros", afirmou.

Laura revela ainda que "não come carne" e que "come peixe que ela mesma pesca". "Tenho medo da indústria da carne. É exagerada. Nós não precisámos de comer carne todos os dias", destacou.

Mas não ficou por aqui e mostrou-se também preocupada com a sua geração, que tende a seguir os padrões impostos: "Isso assusta-me".

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