
Apesar de ainda não estar a 100%, Alexandra Lencastre aceitou o convite de Júlia Pinheiro e pela primeira vez apareceu em público depois de ter estado internada com Covid-19. A atriz esteve à conversa com a apresentadora no programa 'Júlia' desta segunda-feira.
Um dia antes de ter começado a sentir os primeiros sintomas, Alexandra tinha testado negativo à Covid-19 - num dos muitos testes de rotina que fazia devido ao seu trabalho na SIC.
"Senti que era uma coisa diferente, isto não é uma gripe normal", recorda, explicando que começou por sentir ataques de frio. "E esse frio provocava-me dores nas costas", diz.
Depois, Alexandra começou a sentir "compressão no peito". "Tive uma altura em que não conseguia encher um copo de água", realça, dando conta de que perdeu a força até para fazer as tarefas domésticas mais simples.
"Fiz o teste e deu positivo, eu não queria acreditar. Fiz quatro testes", diz.
Os sintomas intensificaram-se e Alexandra acabou por perder muito peso. "Perdi muito peso na primeira semana, o que foi muito assustador. Em cinco dias e meio perdi 13 quilos, na segunda mais cinco quilos", revela.
O peso, diz, foi recuperado assim que começou a sentir-se melhor.
Alexandra esteve 16 dias internada no hospital
Sem melhorar e já com os níveis de oxigénio muito baixos, Alexandra Lencastre precisou de ser internada. Seguiram-se 16 dias no Hospital de São Francisco Xavier.
"Por um lado estás perante a assinatura de: vai permitir a última visita? És confrontada com esta pergunta terrível, mas ao mesmo tempo tens profissionais de saúde que te cuidam", lembra, destacando o trabalho incrível dos médicos e enfermeiros que a ajudaram.
Alexandra precisou de receber oxigênio e os médicos chegaram a avisá-la de que poderia precisar de ser intubada.
Em todo este processo, a atriz contou, ainda que à distância, com o apoio das duas filhas: Margarida e Catarina, que vive atualmente em Londres. E foi precisamente esta última que mais a preocupou.
"Ela não me dizia a mim, mas dizia à irmã: 'Será que voltamos a ver a mãe? E isso dói tanto, isso dói", diz, sem conseguir esconder a emoção.
Já a mãe de Alexandra, que fez anos durante o período do seu internamento, não conseguiu ter noção da gravidade do seu estado por estar, ainda que em fase inicial, com doença de Alzheimer.
Também o apoio do público foi muito importante para a atriz. "Fiquei muito sensibilizada com as mensagens que recebi", realça.
"Senti uma calma... como se finalmente as pessoas estivessem a pegar em mim ao colo. Era uma coisa que não estava habituada com o público, sentia que tinha de estar sempre a provar que era melhor", admite, acabando uma vez mais por se emocionar.
A recuperação e o medo das sequelas
"Ainda tenho programas de dicção", revela a certa altura a atriz, explicando que se tratam de sequelas relacionadas com o facto de ter recebido oxigênio durante um longo período.
Alexandra Lencastre sofre também com alguma falta de memória e energia devido à falta de oxigenação no sangue, sentindo-se apoquentada pela questão: "Será que vou voltar a ser o que era?"
Apesar dos receios, e de sentir que os sintomas e as sequelas da doença continuam a ser desvalorizados, a estrela da SIC garante que já está numa fase em que está a "estabilizar mesmo".
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